As fusões e aquisições bateram recorde histórico no Brasil em 2008, totalizando US$ 95,3435 bilhões, segundo a Thomson Reuters. O volume de transações anunciadas foi 62,2% maior do que o recorde de US$ 58,7795 bilhões de 2007. Para este ano, a perspectiva é de a atividade continuar forte, com muitas consolidações no setor financeiro e de commodities, acredita José Olympio Pereira, responsável pelo banco de investimento do Credit Suisse no Brasil, a instituição financeira que mais assessorou esse tipo de operação no Brasil no ano passado, com mais de 40% do mercado.
|
Segundo ele, 2009 será um ano “desafiador”, no qual “moedas alternativas” terão de ser usadas nas fusões e aquisições. Com a falta de crédito, o próprio vendedor vai ter de financiar a venda e mais transações serão pagas com ações, avalia. “Será necessária muita criatividade”, diz ele, que não vê mais espaço para aquisições alavancadas. Segundo o executivo, apesar de a forte movimentação continuar, o volume das transações neste ano deverá ser menor do que em 2008. Dificilmente operações de US$ 10 bilhões -como a compra da Brasil Telecom pela Oi, as fusões Unibanco/Itaú e Bovespa/BM&F- vão se repetir na mesma quantidade do que no ano passado.
|
Mesmo em dezembro último, um mês especialmente fraco nos mercados de capitais em todo o mundo, foram anunciadas transações de US$ 5,3 bilhões envolvendo empresas brasileiras, segundo a Thomson Reuters. No final de dezembro, a Investimentos e Participações em infra-estrutura S.A (Invepar) adquiriu o controle acionário do Metrô Rio por R$ 996 milhões.
|
Já a Usiminas anunciou a compra da fabricante de tubos gaúcha Zamprogna por R$ 160 milhões. Em meio à crise que afeta a indústria automobilística mundial, o grupo alemão Man, segundo maior fabricante de caminhões na Europa, anunciou a aquisição de 100% das ações da Volkswagen Caminhões e Ônibus do Brasil, um negócio de valor total de US$ 1,175 bilhão.
|
A Vale divulgou a compra dos ativos de exportação de carvão da colombiana Cementos Argos por US$ 300 milhões. Também foi considerada a transação na qual o fundo americano Paladin, especializado no mercado imobiliário, entrou no controle da incorporadora InPar, o que pode render R$ 180 milhões à InPar.
|
O Credit Suisse se consolidou na liderança na assessoria em fusões e aquisições ficando em primeiro lugar durante todo o ano de 2008 mesmo nos rankings parciais. “O que importa é a reta final e a linha de chegada, mas é bom ficar a corrida toda na frente”, brinca Pereira. O Itaú BBA ficou em segundo lugar e passou na frente do Citi por causa da fusão Itaú/Unibanco. No mundo, o Goldman Sachs conseguiu manter sua tradicional liderança.
|
Já no mercado de emissões públicas de ações, nenhuma transação no Brasil foi realizada no mês passado novamente. A atividade está congelado desde agosto em torno de US$ 21 bilhões. A queda com relação ao total de 2007 é de 44%. O Itaú BBA passou à frente do ganhador em 2007, o Credit Suisse, e assumiu a primeira posição no ranking para Brasil do ano passado feito pela Thomson Reuters. O brasileiro liderou captações com ações no total de US$ 4,3 bilhões e ficou com 20% do mercado. O JPMorgan, o primeiro colocado no ranking do mundo, ficou em terceiro lugar no Brasil.
|
Fonte:Valor Econômico – 06/01/2009