Apesar de o Banco do Brasil não comentar oficialmente as negociações com a família Ermírio de Moraes para a compra de uma participação no Banco Votorantim, fontes que acompanham as conversas confirmam não só a operação como também o objetivo do banco estatal: reconquistar a liderança no mercado bancário no País.
Estima-se que a carteira de crédito do braço financeiro do Grupo Votorantim possua ativos de cerca de R$ 70 bilhões. O presidente do BB, Antonio Francisco de Lima Neto, nega as especulações sobre o avanço da instituição. “Não existe nenhuma negociação em curso”, resumiu, antes de se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na sede do ministério.
Ao sair da reunião, Lima Neto voltou a ser questionado pela imprensa e disse que a instituição “está aberta a oportunidades”, mas não quis dar detalhes sobre as negociações para a compra de parte do Banco Votarantim. “Estamos vendo oportunidades, mas não podemos comentar casos específicos”, disse, esquivando em dizer se a aquisição estava na pauta das discussões com o ministro da Fazenda.
O presidente do BB disse que conversou com o ministro sobre o desembolso de crédito no País em 2008 e as projeções para este ano. Segundo ele, em 2008 as liberações de crédito da instituição cresceram 11%, totalizando R$ 270 bilhões em recursos livres. Para 2009 a previsão é de um crescimento de 20% no estoque total de crédito.
Até o ano passado, o BB era o maior banco do País em ativos, mas perdeu a posição em novembro, em decorrência da fusão entre Itaú e Unibanco, que juntos possuíam ativos totais de R$ 575 bilhões em setembro do ano passado. Nesse mesmo período, os ativos do Banco do Brasil somavam R$ 459 bilhões, o que coloca a instituição na segunda posição do ranking do sistema financeiro nacional.
As negociações da diretoria do BB com a família Ermírio de Moraes começaram em outubro e podem ser concluídas nos próximos dias. Além do Votorantim, o banco federal negocia ainda a aquisição do Banco de Brasília (BRB), que deve ser realizada ainda no primeiro semestre deste ano. Procurado, o Banco Votorantim não comentou o assunto.
Fonte:(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 3)(Viviane Monteiro e Ana Carolina Oliveira)