A procuradoria anticorrupção da Espanha abriu uma investigação sobre a suposta fraude de Bernard Madoff, que deve custar € 2,33 bilhões (US$ 3,1 bi) aos clientes do Banco Santander, o maior daquele país. O departamento, comandado por Antonio Salinas, iniciou a sindicância no mês passado, disse ontem um alto funcionário da procuradoria em Madri, que pediu para não ter seu nome divulgado.
O Santander disse no último dia 14 de dezembro que os clientes corriam risco com os investimentos encaminhados à empresa de Madoff por meio da divisão de fundo de hedge Optimal Investment Services, do banco espanhol. A empresa de Madoff faliu em dezembro depois de ele ter dito a seus filhos que ela estava apoiada num esquema piramidal de US$ 50 bilhões, segundo queixa movida pelo Federal Bureau of Investigation (FBI). Espanhóis como Alicia Koplowitz, uma das mulheres mais ricas do país, deverão sofrer prejuízos nos fundos de Madoff.
A edição de ontem do jornal norte-americano The Wall Street Journal informou que os procuradores espanhóis estão investigando como o Santander perdeu dinheiro dos clientes por meio do suposto esquema fraudulento de Madoff e o relacionamento entre as duas pontas. Um porta-voz do banco preferiu não comentar quando contatado por telefone. O graduado funcionário da procuradoria disse que o Santander não era alvo da investigação, mas o banco estava entre os principais clientes posicionais em carteiras do esquema de Madoff.
As
ações
do Santander chegaram a cair € 0,31, ou 4,5%, para € 6,53, no
pregão
de Madri. Os papéis recuaram 48% nos últimos 12 meses. Os clientes da M&B Capital Advisers, corretora espanhola fundada por Javier Botín, filho do presidente do conselho administrativo do Santander, Emilio Botín, e por Guillermo Morenes, marido de sua filha Ana Patricia, também têm € 152 milhões em recursos sob risco. O Santander disse no mês passado que os clientes pessoas físicas da Espanha enfrentam perdas potenciais de € 320 milhões. Clientes brasileiros podem ter perdido US$ 300 milhões no esquema.
Fonte:(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 4)(Bloomberg News)