São Paulo, 26 de Março de 2009 – O Banco do Brasil (BB) anunciou ontem os primeiros planos de gestão traçados para o Banco Nossa Caixa, cujo controle foi comprado do governo do Estado de São Paulo em novembro do ano passado e o processo de incorporação iniciado neste mês. A instituição adquirida, que continuará com gestão independente até o final de 2009, concentrará seus esforços de crescimento este ano, principalmente na expansão do
crédito
para pessoas físicas, em especial o empréstimo consignado, e para empresas, particularmente as pequenas e médias, disse o novo diretor-presidente da Nossa Caixa, Paulo Bonzanini, que assumiu o comando no último dia 10, quando Banco Central (BC) aprovou a transferência do controle.
Além dos planos de crescimento da produção própria, será dado prosseguimento à compra de carteiras de crédito de outras instituições, seguindo o modelo do BB de analisar as operações uma a uma, para diminuir os riscos do negócio, afirmou o executivo. Há 33 anos no BB e nos últimos cinco dirigindo a área de varejo, Bonzanini ressaltou que a partir de maio os clientes da Nossa Caixa – que já têm acesso para consultas e saldos nos 39 mil terminais de autoatendimento do BB espalhados pelo País desde o último dia 10 – terão à disposição cartões de crédito similares aos do BB. Para maio também está prevista a implantação de linhas de crédito automatizadas (disponíveis nos terminais de autoatendimento e
internet
) para pessoas físicas e jurídicas.
A transferência das metodologias de trabalho e da
tecnologia
utilizadas pelo BB para a Nossa Caixa são os instrumentos que vão possibilitar a introdução de produtos mais automatizados – como os cartões com chips e o crédito pré-aprovado -, acelerar a velocidade das operações e, em consequência, permitir a ampliação dos negócios, cujos volumes são mantidos em sigilo por Bonzanini. “Acreditamos que temos potencial enorme de crescimento no crédito. A meta é crescer acima do mercado (hoje as estimativas medianas giram em torno de 15% de alta) e ampliar a participação nesses segmentos.” Conforme o orçamento elaborado pela direção anterior da Nossa Caixa, a previsão era de alta próxima de 30% este ano para a carteira de crédito da instituição, que fechou 2008 em R$ 12,9 bilhões, 47,6% superior ao do ano anterior. Na pessoa jurídica, o estoque era de R$ 3 bilhões ao final de 2008 e o do crédito consignado, de R$ 5,8 bilhões.
Bonzanini informou que atualmente o índice de concessão automatizada de crédito na Nossa Caixa não ultrapassa os 10% do volume de negócios, enquanto no BB já chega a 92% na pessoa física, o que mostra o grande potencial de crescimento. A estratégia do banco para crescer no crédito será fortalecer o relacionamento com os clientes, principalmente os 1,1 milhão de servidores públicos de São Paulo, cuja folha de pagamento foi adquirida pela Nossa Caixa. Bonzanini disse que hoje não são muitos os servidores com empréstimos junto à instituição. Na pessoa jurídica, o foco serão os cerca de 200 mil fornecedores do governo do paulista.
O executivo afirmou também que não há planos de demissões e que o cronograma de integração prevê o fechamento mínimo de agências – em cidades muito pequenas que não comportem a sobreposição das duas bandeiras. A marca Nossa Caixa deverá ser substituída pela do BB, mas não há data definida para isso. O BB comprou a Nossa Caixa para fortalecer sua atuação em São Paulo, onde tem de ser forte para estar entre os maiores do País, e, por isso, “não tem plano de fechamento de pontos de atendimento e de demissões no Estado. Tem apenas plano de crescimento”, observou Bonzanini.
Fonte:(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 1)(Iolanda Nascimento)