15 49.0138 8.38624 arrow 0 arrow 0 4000 1 0 horizontal http://www.sindicatocp.org.br 100 0 1
theme-sticky-logo-alt

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
Categoria resiste, bancos recuam
 

F

oram necessários 15 longos dias de resistência, mas ao final a categoria derrubou a barreira imposta pelos bancos, quebrou  intransigência da banca nacional. Antes da greve, a imperial Fenaban só concordava em reajustar os salários em 4,5%; ou seja, repor apenas a inflação dos últimos doze meses. Queria impor ainda mudanças na PLR que, em relação ao ano passado, resultaria em valores menores. Os bancos queriam mais: reduzir o período de concessão do auxílio-creche e jogavam nas costas do governo a ampliação do auxílio-maternidade.
A proposta indecente foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários em negociação no dia 17 de setembro. No mesmo dia a Fenaban foi avisada: os bancos vão fechar. Não acreditou, apostou na desmobilização. No último dia 23 a greve foi deflagrada por tempo indeterminado a partir do dia seguinte, 24. A paralisação nacional começou gradativa em Campinas e Região, fechando 102 locais de trabalho no primeiro dia. Durante duas semanas crescia diariamente, atingindo no último dia 290 locais de trabalho. Crescia mesmo com os bancos apelando para a Justiça, com os conhecidos interditos proibitórios, e pedindo socorro para a polícia “garantir” a abertura das agências. Imperou o clima de confronto, como queria os bancos, os ânimos em alguns momentos se exaltaram. Só que os bancários resistiram, deixaram claro que não aceitavam ser escoltados. A dignidade que faltou aos banqueiros desde o início, sobrou entre os bancários.
Com a categoria disposta a lutar pelos seus direitos, depois de uma semana os bancos ensaiaram um recuo, prepararam uma armadilha visando o enfraquecimento da luta. Prometeram negociar, mas nos dias 1º e 2, tão somente repetiram o mesmo discurso feito antes da greve. O Comando reafirmou que, sem proposta, a greve permanecia de Norte a Sul do país. Passado mais uma semana, os bancos não resistiram, tombaram no último dia 7, quando aceitaram reajustar os salários em 6%, incluindo aumento real de 1,5%, engoliram a seco um novo formato de PLR, desistiram de reduzir o período do auxílio-creche, aceitaram ampliar a licença-maternidade para 180 dias e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos. Quanto ao aumento real a greve jogou na lata de lixo o paradigma vigente. Quer dizer, 1,5% representam 36% da inflação de 4,5%; em anos anteriores, o percentual de aumento real não ultrapassava os clássicos 25%. No que se refere à PLR, o feitiço virou contra o feiticeiro. A greve manteve a distribuição de até 15% do lucro líquido de cada banco; antes queriam reduzir esse percentual para 5,5%. Sem falar que a luta arrancou avanço na parcela adicional da PLR. Os bancos propuseram 1,5% do lucro líquido com teto de R$ 1.500,00. Não colou. A mobilização garantiu 2% do lucro líquido, distribuído linearmente entre todos os bancários, com limite de R$ 2.100,00. Garantiu também que o adicional será pago com crescimento do lucro ou não.

Estratégia acertada


A vitoriosa greve, encerrada no último dia 8, não aconteceu por acaso, como imaginaram os bancos. A construção começou durante o moroso processo de negociação. Enquanto a Fenaban enrolava, o sindicato promovia reuniões com os bancários mostrando que a campanha salarial seria dura e exigiria muita organização, mobilização. Em outros termos, o período foi de preparação para a luta. O sinal vermelho dos bancos foi a senha para a deflagração do movimento.
“Convocada para o front, a categoria respondeu imediatamente. Depois de ampla discussão com diretores do sindicato, os bancários sabiam a hora certa de cruzar os braços, em fazerem a greve crescer todo dia. Entramos forte, saímos mais fortalecidos. Nossa estratégia foi acertada. Surpresa somente para os bancos que, mais uma vez, não perceberam que a categoria estava disposta não apenas a entrar na luta, mas a resistir bravamente. Vencemos”, avalia o presidente do sindicato, Jeferson Boava.

Caixa Federal:

Até o fechamento desta edição, a greve continuava na Caixa Federal, que não apresentou nenhuma proposta específica.
 

Matéria publicada na edição 1227 – O Bancário


 


SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE CAMPINAS E REGIÃO
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campinas e Região, por seu presidente, tendo em vista deliberação de assembleia da categoria realizada no dia 08 de outubro de 2009, avisa a todos os bancários (exceção feita àqueles que trabalham na Caixa Econômica Federal, pois ainda não foram encerradas as tratativas salariais com a referida instituição) beneficiados com a celebração da convenção coletiva de trabalho 2009/2010, empregados de estabelecimentos bancários da base deste sindicato, nas cidades de Aguaí, Águas de Lindóia, Águas da Prata, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Cabreúva, Campinas, Cosmópolis, Elias Fausto, Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Lindóia, Louveira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Morungaba, Monte Mor, Monte Alegre do Sul, Nova Odessa, Pedreira, Paulínia, Santo Antonio do Jardim, Santo Antonio de Posse, São João da Boa Vista, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Valinhos e Vinhedo,   que poderão exercer o direito de oposição ao desconto assistencial definido em assembleia geral da categoria, no valor de 2% das verbas salariais, com teto máximo de R$ 80,00 (oitenta reais), a ser descontado no primeiro pagamento mensal reajustado, mediante entrega de requerimento manuscrito de próprio punho, devendo constar do mesmo, nome, qualificação, número da CTPS e nome da empresa em que trabalha, ser entregue individual e pessoalmente, no período de 09 a 18 de outubro de 2009, na sede do sindicato, com endereço à Rua Ferreira Penteado, 460, Campinas, e nas suas respectivas subsedes, no horário das 9:00hs às 17:00hs.
Campinas, 09 de outubro de 2009
JEFERSON RUBENS BOAVA
Presidente

COMPARTILHAR
Campanha Salarial 2009