LER/Dort continuam adoecendo bancários

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER), também conhecidas por Dort (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) são campeãs em afastamento do trabalho, segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). E a categoria bancária, informa o órgão federal, lidera o ranking de adoecidos. Entre os anos 2000 e 2005, foram 25 mil bancários.
Na base do Sindicato, o quadro não é diferente do retratado no país. No período de 2002 a 2008, segundo o Departamento de Saúde da entidade, 48% das CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) emitidas tinham como diagnóstico as LER. Em 2008, aponta pesquisa de Departamento, 69% dos adoecidos eram mulheres e 31% homens. Segundo o diretor de Saúde do Sindicato, Gustavo Moreno, em média, 10 novos casos de LER são diagnosticados por ano. “Sem considerar os casos de subnotificação, os bancários que trabalham doentes ou que se afastam por período inferior a 15 dias para não ser encaminhado ao INSS”. Gustavo esclarece que a subnotificação é o afastamento pelo benefício Auxílio-doença (B31) em casos de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. “A introdução do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, em abril de 2007, reduziu as subnotificações, mas o problema ainda permanece”.
Ato público marca Dia
O Dia Internacional de Prevenção sobre LER/Dort – último dia do mês de fevereiro – neste ano, dia 28 – foi marcado em Campinas com ato público no Largo da Catedral, organizado pela subsede da CUT e contou com a participação de vários diretores do Sindicato. Na ocasião foi distribuído jornal específico sobre o tema. “O ato teve como finalidade a conscientização, denunciar que o ritmo de trabalho tem adoecidos os trabalhadores. No caso da nossa categoria, as LER surgiram com a automação bancária, a partir da década de 70 do século passado. E o quadro se agravou com a chamada ‘reestruturação produtiva’ do trabalho ocorrida nos anos 90. Sem falar das privatizações. Num período de 15 anos, evaporaram 650 mil postos de trabalho; em 1985, éramos um milhão de bancários. As LER viraram epidemia”.