Os sindicatos se reuniram com o diretor de relações sindicais do Itaú, Marcelo Orticelli, e o superintende de relações sindicais, Marco Aurélio, no último dia 23, para debater a PCR (Participação Complementar nos Resultados) e o ponto eletrônico. Os diretores do Sindicato, Mauri e Samuel participaram da rodada de negociação
PCR
O Itaú apresentou uma proposta de PCR que não contempla as reivindicações dos sindicatos. “Queremos discutir e definir um indicador que sirva de base para o pagamento da PCR, assim como os valores a serem pagos aos funcionários, que devem refletir o lucro da instituição” destaca o diretor do Sindicato, Mauri.
Com a abertura do debate da PCR, os sindicatos cobraram negociação sobre os programas próprios, notadamente o AGIR e o Prad. Desvincular o auxilio educação do acordo da PCR foi outro ponto debatido.
Ponto Eletrônico
A flexibilização da portaria nº 1.510/2009 do MTE, que trata do sistema de registro de jornada, foi permitida pela portaria nº 373/2010, que viabiliza a adoção pelos empregadores de sistema alternativo de controle da jornada de trabalho. Desta forma, a instalação do REP (Registrador Eletrônico de Ponto) pode ser dispensada, desde que haja acordo com os sindicatos de trabalhadores. Os bancos têm duas opções: 1) segundo a Portaria 373, celebrar acordos ou convenções coletivas com os sindicatos para legalizar os atuais sistemas de marcação de ponto eletrônico, nas condições estipuladas pela própria portaria, com garantias aos trabalhadores; 2)implementar a íntegra da Portaria 1.510, que determina a utilização de software homologados pelo MTE e a compra e instalação dos REPs (novos equipamentos para registro eletrônico de ponto).
Durante a reunião os representantes do Itaúapresentaram proposta de acordo coletivo e o funcionamento do ponto eletrônico, Vários pontos foram levantados pelos sindicatos; dentre eles, o fato de que o funcionário tem que ter um espelho no qual apareçam as anotações de entrada e saída, feitas somente pelos próprios funcionários. Essas informações têm que estar acessíveis a qualquer tempo para os funcionários. Além disso, o acesso ao ponto tem que se dar apenas em unidades do banco, ou seja, a marcação não pode ser feita por meio de notebooks, por exemplo.
Os sindicatos reivindicaram ainda:
– o número de funcionários que estão isentos de marcar o ponto eletrônico.
– o sistema de ponto tem que estar lincado ao sistema operacional do banco, ou seja, ninguém pode acessar nenhuma forma de trabalho sem estar com o ponto ativo e, quando estiver encerrado, não ter acesso a nenhum outro aplicativo.
– o sistema de ponto do banco tem que ser certificado por alguma empresa que seja credenciada ao Ministério do Trabalho e Emprego, garantindo assim que os dados registrados sejam realmente inalteráveis.
A acessibilidade aos centros administrativos também foi destacada nos debates. Da passagem para a catraca até chegar ao local do trabalho é um tempo que precisa ser computado pelo banco. Uma nova rodada de negociação deve ser marcada para o início de maio.