A exemplo da Fenaban, a Caixa federal não demonstrou disposição em negociar com seriedade. Na primeira rodada, realizada no último dia 10, assumiu uma postura intransigente e rejeitou a maioria das reivindicações da pauta específica, como isonomia de direitos entre novos e antigos, pagamento do ticket alimentação aos aposentados, fim do voto minerva na Funcef e definição de critérios para descomissionamento. A próxima rodada acontece no dia 17; na pauta, Saúde Caixa e saúde do trabalhador. O diretor José Carlos (Pipoca) participou da primeira rodada.
Funcef
Os sindicatos cobraram solução para o contencioso jurídico, problema que vem se agravando a cada dia, por conta do elevado número de ações judiciais contra a Fundação, mas que na verdade são de responsabilidade da patrocinadora, porque foram originados pela política de recursos humanos da Caixa, como a cobrança do Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA). Os representantes dos empregados sugeriram a criação de uma comissão paritária para debater soluções para o contencioso jurídico, proposta que não foi aceita pelo banco estatal. A Caixa também rejeitou a reivindicação para acabar com o voto minerva, que confere à patrocinadora o poder de decidir sobre um assunto em caso de empate na votação entre os integrantes do colegiado. Segundo os representantes da Caixa, o voto minerva está previsto em lei e no estatuto da Funcef.
No ponto sobre a Funcef, a Caixa concordou apenas com a manutenção da campanha permanente de filiação, que vem sendo realizada conjuntamente com a Fundação e entidades sindicais e associativas.
Isonomia
Os representantes dos empregados cobraram equiparação de direitos de todos empregados em relação à licença-prêmio e ao Adicional por Tempo de Serviço (ATS). A Caixa não aceitou a proposta.
Representante dos empregados no Conselho de Administração
Os sindicatos cobraram mudança no estatuto da Caixa; hoje somente os gestores podem ser candidatos a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da empresa. O critério atual é restritivo, excluindo quase 90% dos empregados do processo eleitoral. Os negociadores da Caixa alegaram que essa alteração não foi aprovada pelo Conselho de Administração, porém a reivindicação será apresentada à diretoria
Carreira
PSI – Os sindicatos cobraram ajustes no formato do Processo Seletivo Interno, visando transparência nos critérios e universalização das participações.
Descomissionamento – A Caixa não deixa claro para os empregados quais os critérios utilizados para descomissionar e essa medida vem sendo feita de forma unilateral, deixando a cargo do gestor a retirada de função.
Carreira de tecnologia – Os sindicatos cobraram atenção especial para a área de tecnologia, com a criação de cargos e funções específicas de TI com remuneração compatível com o mercado e outros órgãos públicos, implantação da proposta de carreira de TI que mantenha a possibilidade de 6 horas nas funções técnica e técnico-gerencial e migração para as novas funções sem PSI. A Caixa informou que está desenvolvendo uma proposta de reestruturação da carreira, mas não estabeleceu um prazo para conclusão desse trabalho.
Mais contratações – A Caixa reassumiu o compromisso, firmado no acordo coletivo de 2011, de aumentar seu quadro de pessoal para 92 mil empregados até 31 de dezembro deste ano. Para os sindicatos, o nível de contratações não tem acompanhado o ritmo de abertura de novas agências em todo o país, gerando sobrecarga de trabalho. Fonte: Contraf-CUT.