A Fenaban não reconhece o adoecimento do bancário, em função da intensidade no ritmo de trabalho, e nem mesmo as metas abusivas. A arrogante posição dos bancos foi manifestada no último dia 8, durante a segunda rodada de negociação com o Comando Nacional, em São Paulo. Os negociadores da Fenaban não deixaram a ironia de lado. Segundo eles, as metas não são abusivas; “são desafiadoras”. Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, que participou da rodada sobre saúde, condições de trabalho e cláusulas sociais, a Fenaban não aceita negociar as metas e questionou inclusive as normas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). “Os bancos questionaram até o Nexo Técnico Epidemiológico. O que é uma clara provocação”. O NTEP é uma conquista dos trabalhadores, é um método que visa identificar quais doenças e acidentes estão relacionados com a prática de uma determinada atividade profissional. Constatado o nexo, fica qualificado o acidente de trabalho.
Rankings e assédio moral
O Comando cobrou a aplicação da cláusula acordada em 2011, que proíbe a divulgação de rankings individuais de desempenho. “É fundamental que os bancos emitam comunicados internos a respeito do assunto, buscando evitar a exposição do trabalhador bancário a constrangimentos e à possibilidade de pressão por produtividade e assédio moral”, observa o presidente Jeferson.
Quanto ao combate à violência no trabalho, o Comando quer discutir melhorias no acordo sobre o Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, conquistado na Campanha de 2010, que criou um canal específico para apurar as denúncias de assédio moral. Os bancos aceitam discutir, mas o tema não avançou na mesa realizada no último dia 8. No que se refere ao Programa de Reabilitação Profissional (PRP), previsto no atual acordo, a implantação não saiu do papel porque depende da adesão de cada banco. O Comando destacou que pretender equacionar essa pendência até o fechamento da Campanha.
14/08/2012
Bancos não reconhecem adoecimento
Segunda Rodada