A Convenção Coletiva de Trabalho 2012/13 (CCT), conquistada na greve de nove dias em setembro último, prevê em sua cláusula 49ª (Igualdade de Oportunidades) a realização do 2º Censo da Diversidade, com planejamento em 2013 e execução em 2014. Nos moldes do 1º Censo da Diversidade, realizado em 2008, o objetivo é traçar o perfil do bancário, visando combater todas as formas de desigualdades, as barreiras invisíveis que dificultam a contratação e ascensão de mulheres, negros e pessoas com deficiência no sistema financeiro.
1º Censo
Em 2008, os bancos envolvidos no projeto empregavam 408,9 mil dos 435 mil bancários e bancárias no país. Desse total, 204,1 mil (49,9%) responderam às perguntas do 1º Censo, realizado pela Febraban em conjunto com a Contraf-CUT, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Ministério Público do Trabalho. A iniciativa contou com a assessoria do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e foi tema de várias audiências públicas na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
O levantamento revelou que a maioria dos empregados nos bancos era do sexo masculino (52%), brancos (77%) e estavam alocados em funções de caixa ou de escriturário (68%). Apenas 19,5% dos trabalhadores do sistema financeiro eram negros ou pardos e ganhavam, em média, 84,1% do salário dos brancos. As mulheres recebiam 78% dos salários dos homens. A discriminação era ainda maior em relação às mulheres negras: somente 8% delas conseguiam emprego nos bancos, contra 18% da População Economicamente Ativa (PEA). As pessoas com deficiência não conseguiam preencher sequer os 5% da cota exigida por força de lei. As bancárias que ocupavam o cargo de gerente recebiam R$ 30,00 por hora trabalhada, enquanto os homens no mesmo cargo ganhavam R$ 40,00.
Fonte: Contraf-CUT
12/11/2012
Igualdade: 2º Censo da Diversidade
Igualdade