O presidente Jeferson avalia nova proposta da Fenaban, em reunião do Comando Nacional, na madrugada do último dia 12
A greve nacional, que encerrou no último dia 13, já entrou para a história. Os 15 dias de paralisação, que atingiu 8.280 agêcias em todo o país (metade de bancos privados e outra metade de bancos públicos) superaram o pico da greve de 2009, quando foram fechadas 7.222 agências. A maior greve dos últimos 20 anos quebrou a resistência da Fenaban. Os bancos apostaram no confronto – após quatro rodadas durante os meses de agosto e setembro, não propuseram nada – e perderam. Provocada, a categoria mostrou toda sua insatisfação, foi à luta. Resultado: arrancou a valorização dos pisos – reajuste de 16,33% para escriturário (aumento real de 11,54%) e 13,82% para caixa (aumento real de 9,15%) -, reajuste de 7,5% para quem ganha até R$ 5.250,00 (aumento real de 3,1%) e, acima desse valor, acréscimo de R$ 393,75 ou reajuste de 4,29% (o que for maior), e reajuste de 7,5% na regra básica da PLR, verbas salariais e 14,28% na parcela adicional da PLR. Cabe ressaltar que a valorização do piso implica num realinhamento salarial, mudança na estrutura de salários dentro de cada banco. Instituiu-se um novo parâmetro. Mas o resultado da greve não ficou limitado às conquistas econômicas. Pela primeira vez serão incluídos no acordo coletivo mecanismos de combate ao assédio moral e a falta de segurança nas agências. Sem falar que os dias parados não serão descontados, mas compensados até o dia 15 de dezembro próximo.
Avaliação – A histórica greve representou um passo decisivo na consolidação da unidade da categoria, em construção desde 2004 pelos bancários dos setores públicos e privados. Um exemplo concreto dessa estratégia são os próprios bancários da região de Campinas. No dia em que o acordo com a Fenaban e os aditivos com BB e Caixa Federal foram aprovados e a greve suspensa – decisão tomada em assembleias no sindicato no último dia 13 -, estavam fechados 302 agências, sendo 147 em Campinas e 155 em 27 cidades da região. Por segmento, 130 agências de bancos públicos e 172 agências de bancos privados. “A forte greve na base do sindicato, não tenho nenhuma dúvida, contribuiu decisivamente para a retomada do processo de negociação no último dia 9, quando a Fenaban propôs reajuste de 6,5% (com teto de R$ 4.100,00) e o Comando considerou insuficiente. Dois dias depois, sob presssão, a Fenaban, o BB e a Caixa Federal recuaram. Após 12 horas de negociação no último dia 11, a greve arrancou o acordo e os aditivos aprovados. A expressão ‘Quem luta, conquista’, se mostrou novamente verdadeira”, avalia Jeferson Boava, presidente do sindicato. Jeferson observa que, mesmo com toda a infraestrutura montada pelo sindicato, a greve também foi de adesão. “Os bancários, conscientes de seu papel nesse embate, lutaram com muita garra. Inclusive, vale destacar, a contribuição decisiva dos delegados sindicais. Posso afirmar, sem medo de errar: vencemos mais uma vez. Parabéns a toda a categoria”.
Assembleia decide deflagração de greve
18/10/2010
Maior greve dos últimos 20 anos quebra resistência da Fenaban
Campanha salarial