Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, respectivamente os três maiores bancos privados brasileiros, decidiram contratar para presidir a Febraban o executivo Murilo Portugal, 62, ex-braço direito de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda do governo Lula e ex-secretário do Tesouro Nacional de FHC.
Recrutado por uma empresa de headhunter, Murilo Portugal deixará o FMI (Fundo Monetário Internacional) para ser o primeiro presidente profissional da federação de bancos, um sindicato patronal criado para defender os interesses comuns das instituições financeiras.
A contratação encerra um esquema de rodízio entre os bancos privados, que se alternavam na presidência da federação. Portugal substituirá Fabio Barbosa, presidente do Santander e que foi indicado pelo antigo Banco Real em 2007. O processo de seleção durou quase um ano e o nome de Portugal surgiu na reta final.
Os bancos queriam um profissional respeitado pelo mercado financeiro, com currículo impecável, experiência internacional, mas com trânsito tanto no governo Dilma quanto no setor corporativo privado.
Entre as funções do presidente da Febraban, estão representar o setor bancário, negociar com órgãos reguladores, sindicatos e entidades de defesa do consumidor, além de formular políticas para desenvolver o mercado de capitais no país.
“A Febraban tem se aberto muito; tem um diálogo constante com a imprensa, os órgãos reguladores, o Procon, a segurança bancária. Essa busca de entender os problemas que o setor financeiro enfrenta para desempenhar o seu papel toma tempo. Não dá para fazer um negócio desses tocando um banco”, disse Fabio Barbosa.
PODEROSO
No FMI, Murilo Portugal era considerado o terceiro mais poderoso na hierarquia da instituição.
No governo, foi secretário do Tesouro Nacional, esteve no Ministério do Planejamento e trabalhou também no Banco do Brasil.
Bacharel em direito pela Universidade Federal Fluminense, Murilo Portugal fez mestrado em economia na Universidade de Manchester (Reino Unido).
Fabio Barbosa seguirá na Febraban por mais três anos, mas como presidente do conselho, exercendo função mais estratégica e política.
Segundo Barbosa, nada mudará na organização da Febraban, que já tinha uma estrutura profissionalizada e era tocada no dia a dia pelo diretor-geral, Wilson Levorato, que segue no cargo.
“A Febraban já era profissionalizada. Só o presidente é que não era um profissional do mercado”, disse.
Fonte: TONI SCIARRETTA
FOLHA DE SÃO PAULO
20/01/2011
Febraban terá 1º presidente profissional
Escolha de Murilo Portugal, ex-FMI, encerra anos de rodízio entre os grandes bancos