No dia 31 de agosto de 1985, inicia-se a contagem regressiva da primeira greve nacional dos bancários depois do golpe militar de 1964. O palco desse histórico momento foi Campinas. A diretoria do Sindicato não mede esforços para organizar o que seria o maior encontro aberto de bancários. Eram esperados 4 mil bancários. Cálculo errado, felizmente. O ginásio do Guarani lotou: 10 mil bancários de todos os cantos do país, representando 113 sindicatos bancários dos 162 existentes naquele momento. Foi bonito. Ginásio forrado de faixas, bancas de várias tendências políticas vendendo seus livros, broches. No rosto de cada bancário era visível o sentimento de orgulho, de fazer parte da categoria; sabiam que estavam ali para tomar uma importante decisão, que poderia colocar os banqueiros em polvorosa.
Na mesa coordenadora do Encontro, as mais expressivas lideranças sindicais bancárias; entre elas, Luis Gushiken, presidente do sindicato dos bancários de São Paulo, Eribelto Manoel Reino, presidente da Federação dos Bancários de SP e MS, e David Zaia, então presidente do nosso Sindicato. Encerrados os debates, os bancários votam e, por unanimidade, aprovam a GREVE a partir do dia 11 de setembro de 1985. Na hora do almoço, Campinas para para ver os bancários em passeata; do ginásio do Guarani rumo ao Largo do Rosário, passando pelo viaduto Laurão e Centro de Convivência no bairro Cambuí. Era a glória. A partida estava dada. A unidade nacional estava selada.
Fotos: Ernesto de Souza