Após 21 dias em greve, a categoria bancária garantiu aumento real de salário (1,5%) pelo oitavo ano consecutivo. A paralisação nacional, deflagrada no dia 27 de setembro, derrotou os banqueiros e o governo federal, que propagaram por todos os cantos o surrado discurso de que aumento salarial gera inflação. “A unidade da categoria venceu o embate. A conjuntura econômica e política desfavorável apenas dilatou o prazo da greve – a mais longa desde 2004. No país, 9.254 agências fechadas; na região de Campinas, 330 agências, 28 a mais que no ano passado”, avalia o presidente do Sindicato, Jeferson Boava.
A greve forte garantiu também uma valorização do piso que foi reajustado em 12% (aumento real de 4,3%), passando para R$ 1,4 mil; e maior participação nos lucros (reajuste de 27,2% na parcela fixa, que passou para R$ 1,4 mil e 16,7% no teto da parcela adicional, que passou para R$ 2,8 mil). Cabe destacar que, ao contrário do ano passado, o reajuste salarial de 9% será aplicado de forma linear; ou seja, para todos os bancários dos setores privados e públicos. Os dias parados, tão ameaçados pelos bancos e ministros de Estado – o desconto estava na ordem do dia -, serão compensados em até duas horas por dia até o dia 15 de dezembro; eventual saldo após essa data será anistiado. “A mobilização da categoria provou mais uma vez que, quem luta, conquista”, comenta o presidente do Sindicato.
Mas a greve não se limitou em varrer, jogar na lata de lixo da história o discurso oficial que aumento salarial é risco de alta da inflação. A greve garantiu avanços sociais. “A mobilização da categoria forçou a retomada da negociação, consolidou uma política permanente de recomposição dos salários e viabilizou, concretizou reivindicações históricas como a proibição de transporte de numerário por bancários – ou seja, levar ou recolher dinheiro de clientes, entre agências e postos – e a proibição de divulgação de rankings individuais dos funcionários, combatendo assim o assédio moral. Essas duas importantes conquistas, no entanto, só serão efetivadas com a participação dos bancários, que devem denunciar quem desrespeitar as novas regras”, frisa Jeferson Boava.
Greve acorda
BB e Caixa
Nos bancos federais o impacto da greve não foi diferente. A enrolação pré-greve se desmanchou no ar. No Banco do Brasil, os 21 dias de paralisação assegurou valorização do piso com reflexo no plano de carreira, modelo de PLR com valores variando positivamente de 9,9% a 13,1% em relação ao primeiro semestre de 2010, além de benefícios nas cláusulas sociais e de saúde. Na Caixa Federal, manutenção da PLR Social, valorização do piso e ampliação do quadro em 5 mil empregados até o final de 2012. Sem falar nos avanços em pontos de saúde do trabalhador e no Saúde Caixa. “A arrogância federal se dissipou. Sob pressão, negociaram com seriedade”, observa o presidente do Sindicato. Segundo ele, a greve não permitiu que se criasse um novo paradigma na relação capital e trabalho neste segundo semestre. “O resultado da Campanha Nacional dos Bancários vai servir de parâmetro para outras categorias”.
SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE CAMPINAS E REGIÃO O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campinas e Região, por seu presidente, tendo em vista deliberação de assembléia da categoria realizada no dia 17 de outubro de 2011, avisa a todos os bancários beneficiados com a celebração da convenção coletiva de trabalho 2011/2012, empregados de estabelecimentos bancários da base deste sindicato, nas cidades de Aguaí, Águas de Lindóia, Águas da Prata, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Cabreúva, Campinas, Cosmópolis, Elias Fausto, Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Lindóia, Louveira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Morungaba, Monte Mor, Monte Alegre do Sul, Nova Odessa, Pedreira, Paulínia, Santo Antonio do Jardim, Santo Antonio de Posse, São João da Boa Vista, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Valinhos e Vinhedo, que poderão exercer o direito de oposição ao desconto assistencial definido em assembléia geral da categoria, no valor de 2,5% das verbas salariais, com teto máximo de R$ 105,00 (cento e cinco reais), a ser descontado no primeiro pagamento mensal reajustado, mediante entrega de requerimento manuscrito de próprio punho, devendo constar do mesmo, nome, qualificação, número da CTPS e nome da empresa em que trabalha, ser entregue individual e pessoalmente, no período de 18 a 27 de outubro de 2011, na sede do sindicato, com endereço na Rua Ferreira Penteado, nº. 460, Centro, Campinas-SP, e nas suas respectivas subsedes, no horário das 9h00 às 17h00. Os trabalhadores em Cooperativas, conforme Assembléia Geral realizada em 08/09/2011, poderão exercer o mesmo direito nas mesmas datas e condições acima, exceto com relação ao teto máximo, que em seu caso será de R$ 91,00 (noventa e um reais). Campinas, 18 de outubro de 2011. Jeferson Rubens Boava Presidente |