A Plataforma de Suporte Operacional (PSO), implantada desde maio último nas agências do Banco do Brasil em Campinas, difere do projeto apresentado pela Diretoria de Distribuição São Paulo (Disap) ao Sindicato, em reunião realizada no dia 10 de novembro do ano passado. Anunciada como solução para melhorar o atendimento e as condições de trabalho, a PSO não passou de falsa promessa. De imediato, resultou na redução do número de caixas efetivos, que impactou de forma negativa no que o BB pretendia prioritariamente solucionar.
Diante da ‘nova’ ambiência, elaborada sob à luz da reengenharia explicitada no programa BB 2.0, o Sindicato percorreu as agências e constatou abusos, desrespeitos de toda ordem. Em algumas agências, por exemplo, existe apenas um caixa. Não bastasse o esperado transtorno no atendimento, o caixa fica impedido até de fazer suas necessidades fisiológicas. Ou seja, o iluminado sistema administrativo trata os caixas como máquinas, peças de uma engrenagem, e não pessoas, seres humanos. Em outros termos, carece de planejamento, de funcionalidade. É verdade que a PSO transformou o caixa em itinerante, conforme ficou esclarecido na migração. Porém, a gerência da PSO não pode comunicar no dia, em cima da hora, o local onde o caixa vai prestar serviço. Sem falar que, em algumas agências, o caixa tem sido deslocado para outro local de trabalho no mesmo dia.
Para agravar ainda mais esse quadro, a prorrogação da jornada também é estabelecida sem prévio aviso, sem nenhuma antecedência, O período para descanso/lanche, que deveria ser de uma hora em função da jornada extra, se limita a tão somente a 15 minutos – diga-se, de passagem, intervalo para quem cumpre jornada de 6h. Essa falta de organização tem provocado uma reviravolta na vida familiar e estudantil do caixa. Com o objetivo de solucionar o problema instalado, o Sindicato reivindicou a ampliação do quadro de caixas nas agências de Campinas, sendo no mínimo dois por local de trabalho, em ofício a Disap e Dinop/CSO SP, enviado no último 21 de junho.
Garantida permanência de caixas efetivos
Desde a implantação, o Sindicato tem se reunido com a superintendência regional e a gerência da PSO para discutir os problemas detectados e manifestar-se contrário a redução salarial, ao descomissionamento. “O processo negocial resultou na permanência dos caixas efetivos na sua função e as vagas abertas na nova estrutura foram preenchidas com promoção de funcionários que desempenhavam a função de caixa”, observa a diretora do Sindicato, Deborah Negrão de Campos. Na avaliação do presidente do Sindicato, Jeferson Boava, “garantimos que nenhum trabalhador tivesse redução salarial e impacto negativo em sua vida funcional”. Segundo ele, é decisivo corrigir a PSO, que é “ponta-de-lança do BB 2.0, programa de exclusão dos segmentos de baixa renda das agências, que passam a ser atendidos por canais alternativos como os correspondentes bancários e o Banco Postal”.
Adiamento da PSO em agência de Americana
O reduzido número de caixas nas agências, depois da implantação da PSO, não se limitou à Campinas. Na agência XV de Novembro, em Americana, aconteceu o mesmo problema durante a migração. Em ofício à Superintendência Regional de Limeira/Dinop /CSO SP, também datado de 21 de junho, o Sindicato solicita o adiamento do prazo proposto para implementação da PSO (até o final deste mês de junho), possibilitando assim estudo de readequação das necessidades de clientes, usuários e funcionários.
25/06/2012
BB: PSO reduz número de caixas e piora condições de trabalho em Campinas
Banco do Brasil