As mulheres ocupam 49% do total dos postos de trabalho bancário em todo o país, o que representa 243 mil bancárias. Nos bancos privados elas já são maioria, 53,4% da categoria, de acordo com levantamento da subseção do Dieese da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, entre janeiro e dezembro de 2012. “A trajetória das mulheres nos bancos é uma trajetória de luta para conquistar seu espaço. Até a década de 1970 o sistema financeiro era um território exclusivamente masculino. O ex-Banespa aceitou pela primeira vez o acesso de mulheres ao cargo de auxiliar de escritório apenas em 1968 e o Banco do Brasil em 1971”, lembra Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT.
O movimento sindical conquistou importantes vitórias ao longo desta história, muitas delas relacionadas à maternidade, sendo a mais recente a ampliação da licença maternidade para 180 dias. Mas as desigualdades ainda são muitas. Para se ter uma ideia, as mulheres entram no banco ganhando em média 22,9% menos do que os homens, de acordo com o levantamento do Dieese. Enquanto as mulheres são admitidas com uma remuneração média de R$ 2.318,33, os homens chegam ao banco com R$ 3.006.91. Além disso, as mulheres saem do banco também ganhando menos, uma média de 25,6% a menos do que os homens. Enquanto as mulheres saem com uma remuneração média de R$ 3.716,32, os homens são desligados com R$ 4.994,99. “Como constatou a socióloga Beth Lobo, a classe trabalhadora tem dois sexos e não é possível desprezar as diferenças internas da classe trabalhadora. A unidade da classe vai se dar na medida que o conjunto supere as desigualdades”, avalia a secretária de Mulheres da Contraf-CUT.
14/03/2013
243 mil mulheres na categoria
Edição comemorativa: Dia Internacional da MULHER