O Comando Nacional dos Bancários e o Banco do Brasil iniciaram no último dia 14, em Brasília, o processo de negociação da pauta específica. Proposto pelo Comando, o primeiro tema debatido foi Saúde, Condições de Trabalho e Previdência. Isso porque a maioria das reivindicações tratam de assédio moral, violência organizacional e metas abusivas.
No que se refere à assistência médica e previdência complementar, o Comando reivindicou o fim da discriminação dos funcionários egressos dos bancos incorporados pelo BB, que não usufruem dos serviços da Cassi e não têm os mesmos direitos dos 100 mil participantes da Previ. “Essa discriminação tem sua origem nos custos”, destaca o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, que participou da rodada.
Durante o debate, o Comando demonstrou o seguinte cálculo, divulgado na Revista O Espelho nº 23, editada em março último. Enquanto um bancário contratado diretamente pelo BB custaria 175 mil pela Cassi – cálculo feito com base em salário de R$ 5 mil, 30 anos de Banco e 30 anos de expectativa de vida após aposentadoria -, um bancário oriundo da Nossa Caixa custaria R$ 87 mil pela regra do plano do Banco incorporado.
Plano de funções
O Comando ressaltou que a lucratividade do BB, no primeiro semestre deste ano (R$ 10,03 bi) deixa claro o absurdo que foi a implantação unilateral do plano de funções, em janeiro último, que reduziu os salários e as gratificações de funções. Essa decisão equivocada do BB aumentou o passivo trabalhista em 14% nos últimos 12 meses, passando a R$ 3 bilhões.
Mais contratações
Diante do aumento da base de clientes em quase três milhões, em 2012, o BB optou em encolher o quadro de funcionários: menos 276. O Comando ponderou que são urgentes novas contratações e revisão da dotação nas unidades.
Desrespeito ao acordo
Ao contrário do estabelecido no acordo coletivo, o Comando observou que os gestores têm divulgado ranking de performance, expondo os nomes de bancários. E mais: no primeiro semestre deste ano, a cláusula sobre folgas foi descumprida (38º). Ou seja, enquanto existir saldo de folgas, o funcionário não pode fazer extra.
A postura do BB na mesa não mudou nada. Na avaliação do presidente do Sindicato, os representantes do BB “contemporizaram”. Esperam avanço no processo de negociação, mas não apresentam propostas. Por exemplo: em relação à assistência médica e previdência dos funcionários incorporados, o BB só comenta que é necessário aprofundar os estudos sobre os números dos fundos de reservas das entidades também incorporadas. Quanto às metas abusivas, os representantes se limitarem em dizer que o BB não concorda, não é orientação.
O tema saúde volta à mesa na rodada desta semana, no dia 23. Em negociação as cláusulas 11ª e 32ª da pauta de reivindicações. A primeira trata de diversos direitos sobre saúde ocupacional; a segunda refere-se à conquista contra os descomissionamentos imotivados.
Falta e conselheiro
Na rodada do dia 14 o Comando cobrou também a reclassificação das faltas na luta contra o plano de funções – classificadas como não abonadas e não justificadas – e posse efetiva do conselheiro representante dos funcionários no Conselho de Administração, eleito no primeiro semestre deste ano.
Fonte: Contraf-CUT
19/08/2013
Comando e BB negociam condições de trabalho
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