A greve começou forte ontem (19) na base do Sindicato e no país; e continua hoje (20). Em Campinas e 24 cidades da região foram fechadas 142 agências, sendo 74 em Campinas e 68 na região. Em Campinas, o primeiro dia da greve atingiu bancos públicos e privados instalados na área central; nas 24 cidades da região, a greve atingiu o Banco do Brasil e Caixa Federal; com exceção de Cabreúva onde também fechou o Santander. No país, segundo balanço da Contraf-CUT, a greve atingiu 6.145 agências de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal.
O início forte da greve mostra claramente a insatisfação da categoria não apenas contra a contraproposta salarial (reajuste de 6,1% sem aumento real), mas também contra as condições de trabalho, a cobrança por metas abusivas, o assédio moral. No ano passado, no primeiro dia da greve, foram fechadas 93 agências (58 em Campinas e 35 em 15 cidades da região); no país foram fechadas 5.132 agências (ontem, 1.013 unidades a mais).“A categoria mostrou disposição de luta. O recado aos bancos foi imediato e a tendência natural é crescer ainda mais”, avalia o presidente do Sindicato, Jeferson Boava. Segundo ele, a greve forte no primeiro dia reflete também a preparação conduzida pelo Sindicato desde o início deste mês de setembro, quando foram realizadas reuniões em todas as regionais. “A intransigência da Fenaban, depois de quadro rodadas, foi repudiada pela categoria. O passo seguinte é consolidar e ampliar a greve”, destaca o presidente do Sindicato.
Segunda, dia 23, assembleia
O Sindicato realiza nesta segunda-feira, dia 23, assembleia para avaliar a greve. Será na sede da entidade, às 18h. Participe.
Quem parou ontem
Campinas: BB (26 agências); Caixa Federal (17); Bradesco (10); Santander (9); Itaú (8); Citibabnk (1); HSBC (1); Mercantil do Brasil (1); e Safra (1).
Região: 24 cidades
Americana, Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia: 27 agências do BB e Caixa Federal.
Amparo, Jaguariúna, Pedreira, Serra Negra, Santo Antonio de Posse e Socorro: 8 agências do BB e Caixa Federal.
Indaiatuba e Monte-Mor: 9 agências do BB e Caixa Federal.
Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Itapira e Estiva Gerbi: 7 agências do BB e Caixa Federal.
Cabreúva e Louveira: 5 agências do BB, Caixa Federal e Santander.
Espírito Santo do Pinhal: 2 agências do BB.
Paulínia, Holambra, Arthur Nogueira, Cosmópolis e Engenheiro Coelho: 10 agências do BB e Caixa Federal.
Contraproposta da Fenaban apresentada na rodada do dia 5
Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)
PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho, em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa de programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%)
– PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
– Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
– Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
– Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
– Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.