As entidades de representação dos funcionários (ativos e aposentados), reunidas com o Banco do Brasil, o último dia 8 no Rio de Janeiro, manifestaram que têm debatido as questões que envolvem a sustentabilidade da Cassi com seus representados e que vários pontos têm sido questionados. Inicialmente, foi informado ao BB que os consensos firmados na mesa de negociação, realizada no dia 19 de maio último, têm ampla aceitação entre os associados da Cassi: concordância com a proposta apresentada pelos dirigentes eleitos da Cassi, que prevê a implementação plena do Modelo de Atenção Integral à Saúde; garantia de cobertura para ativos, aposentados, dependentes e pensionistas; e corresponsabilidade entre o BB e associados. Os representantes dos associados destacaram que a solidariedade é uma premissa fundamental. O presidente do Sindicato, Jeferson Boava, participou da reunião.
Os negociadores dos associados argumentaram que a proposta apresentada pelo BB na reunião passada traz alguns ingredientes que dificultam a construção de uma solução para a Cassi. A principal delas é o risco dos aposentados ficarem sem a devida cobertura em relação à saúde, com a completa desvinculação do BB, após o repasse dos valores provisionados como compromisso pós-laboral no balanço da instituição.
Uma evidência disso, segundo os negociadores dos associados, é a proposta do BB sobre eventuais deficits futuros, que deverão ser rateados apenas entre os associados. Também foram questionados os dados que embasaram a proposta do BB. Diante de inúmeras indagações feitas pelos diversos integrantes da representação dos associados, o BB reiterou que não tem nenhuma intenção de abandonar os aposentados. Diante da solicitação dos integrantes da mesa, deixou aberta a possibilidade de que as entidades representativas dos funcionários que participam da negociação confiram os dados apresentados pelo Banco, inclusive contratando consultorias de sua confiança, se for o caso.
O BB também se comprometeu em estudar adendos à proposta já apresentada, no sentido de resolver algumas das questões levantadas pelos negociadores dos associados. Entre os estudos que o Banco ficou de fazer estão: melhorias no percentual de 0,99% que seria acrescido à contribuição mensal dos ativos; possibilidade de investir recursos na implementação das medidas estruturantes, estimadas em 150 milhões de reais; possibilidade de participar do rateio de eventuais deficits futuros; e possibilidade do BB retirar de sua proposta a obrigatoriedade de, no eventual rateio de deficits futuros entre os associados, levar-se em conta critérios como faixa etária, grupo familiar (dependentes) ou utilização no período do deficit.
Os negociadores que representam os associados deixaram claro que a busca desses dados não representa compromisso em aceitar a proposta do Banco, mas que eliminar essas dúvidas é fundamental. Para Wagner Nascimento, Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB pela Contraf-CUT, neste momento, é extremamente importante que as dúvidas sejam esclarecidas e que as entidades tenham segurança para debater a proposta apresentada. “Precisamos ter maior clareza sobre as diversas premissas que compõem a proposta. É importante que os princípios de solidariedade do plano e de atendimento à saúde de ativos e aposentados sejam respeitados”, afirma Wagner. A próxima reunião deve ocorrer nesta semana, em Brasília.
Fotos: Nando Neves
Fonte: Contraf – CUT