O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições a compra do HSBC Brasil pelo Bradesco, segundo divulgou a grande imprensa nesta quarta-feira (8). O Bradesco, no entanto, não poderá comprar outra instituição financeira nos próximos 30 meses, a partir da assinatura do acordo com o órgão antitruste.
O relator da operação de compra no Cade, conselheiro João Paulo Resende, também apontou como restrição a diminuição nos custos de portabilidade do crédito livre para pessoa física em mais de cem municípios considerados problemáticos. Assim, explicou o relator, os clientes do HSBC terão uma alternativa, caso não queiram ser incorporados na carteira do Bradesco. A Superintendência-Geral do Cade já havia se posicionado em 1º de abril deste ano pela aprovação do negócio apenas se fosse assinado um Acordo em Controle de Concentrações (ACC).
A sugestão abrangia quatro pontos: comunicação e transparência; treinamentos; indicadores de qualidade; e compliance. Esses tópicos foram abordados na decisão do Cade a partir de outras restrições, como a melhora de 25% nos indicadores de qualidade do Bradesco em 131 municípios e a divulgação de links com informações bancárias em sua página na internet, entre outras medidas.
A análise da superintendência do Cade concluiu que haveria problemas concorrenciais em seis mercados: emissão de boleto, empréstimo em moeda estrangeira, cartão de crédito, depósito à vista, e credito livre para pessoa física e pessoa jurídica. O relator, entretanto, considerou que seriam necessários remédios anticoncorrenciais apenas nos mercados de depósito à vista e crédito livre para pessoa física e pessoa jurídica em mais de cem municípios. Assim, Resende considerou necessários “remédios específicos para mitigar problemas nesses mercados”.
A compra da operação brasileira do HSBC pelo Bradesco foi anunciada no início de agosto por US$ 5,2 bilhões (R$ 17,8 bilhões no câmbio da época). Na ocasião, o Bradesco afirmou que o negócio possibilitaria “ganho de escala e otimização de plataformas, com aumento da cobertura nacional, consolidando a liderança em número de agências em vários Estados, além de reforçar sua presença no segmento de alta renda”. Com a aquisição, o Bradesco se aproxima do Itaú na lista dos maiores Bancos privados brasileiros por ativo; até 2009 liderava esse ranking.
Fonte: Valor Econômico