A Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuniu no último dia 24 com representantes do Itaú para discutir o Score de Qualidade de Venda (SQV), que desde a sua implantação tem punido muitos funcionários. A COE reivindicou transparência e destacou que a cobrança pelo cumprimento de metas e ameaças de demissão têm resultado em adoecimento de funcionários. A reunião contou com a participação de três diretores do Sindicato: o vice-presidente, Mauri Sérgio, integrante da COE, Vander e Samuel.
Para Mauri Sérgio, após a COE apontar que o programa SQV foi implantado sem qualquer explicação, principalmente no que se refere ao relacionamento com os clientes, o Itaú informou que o programa tem como objetivo evitar as vendas casadas, fraudulentas. “Apontamos que o SQV tem impactado nos programas próprios de remuneração, dado que leva em consideração a performance dos funcionários”.
Uma central proativa liga para os clientes para confirmar, ou não, o interesse na aquisição do produto ou serviço. Caso não seja confirmada, a venda é cancelada e o funcionário é penalizado com a inclusão de seu nome em uma tabela. A pontuação é cumulativa e expira no prazo de um ano. A COE reivindicou que o Itaú disponibilize para cada funcionário, mensalmente, o seu extrato SQV; hoje, o documento é restrito aos gestores. A COE reivindicou também que seja dada oportunidade para o funcionário se defender, em caso de reclamação.
Implantar um programa para inibir as vendas casadas, segundo o vice-presidente do Sindicato, representa um avanço. “Porém, queremos saber como vai ficar a questão da remuneração dos funcionários e a pressão dos gestores para que os mesmos cumpram suas metas. Isso pode gerar não apenas a redução dos rendimentos, como também a demissão com a justificativa de não cumprimento de metas. Sem falar no assédio moral, que tem gerado adoecimento e até demissão”.
AGIR: A COE manifestou preocupação com os impactos do SQV sobre a Ação Gerencial Itaú para Resultados (AGIR). Os resultados da AGIR são utilizados para definir a avaliação de desempenho dos funcionários e, consequentemente, suas remunerações pelos programas próprios de remuneração. “Aqueles que batem as metas definidas recebem os adicionais destes programas, aqueles que não batem recebem apenas os valores definidos pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Queremos transparência em todo o processo”, propõe Mauri Sérgio.
Metas flutuantes: Outro ponto discutido sobre o programa AGIR é com relação a alteração das metas durante o período em que as mesmas têm que ser cumpridas. O banco cria campanhas de vendas de produtos e, no meio do caminho, altera os produtos e pontuação, sem qualquer aviso. “Isso é mudar a regra do jogo com o mesmo em andamento. Está aí um dos motivos pelos quais dizemos que as metas são abusivas”, critica o vice-presidente do Sindicato.
Orientação: O Sindicato acompanhado todo o processo de aplicação do SQV. Para impedir a prática de assédio moral, conta com a participação dos funcionários. Denuncie. O sigilo é absoluto.
Foto: Contraf
27/07/2018
Sindicatos reivindicam mudanças no SQV do Itaú
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