#QuemLucraNãoDemite
Os três maiores bancos privados do país romperam o compromisso assumido com os sindicatos bancários, em abril deste ano, em não demitir durante a pandemia do novo coronavírus. No primeiro semestre, o Itaú demitiu 400 bancários; o Bradesco, no último dia 28 de setembro, em comunicado interno, anunciou o pagamento de benefício adicional no desligamento sem justa causa; e o Santander sagrou-se campeão de demissões: cerca de mil postos de trabalho fechados desde maio último.
Ao contrário de vários setores da economia nacional, os bancos atravessaram a pandemia, declarada em março deste ano, e continuam a travessia sem abalo em suas estruturas. O serviço bancário não parou, seja dentro das agências ou via teletrabalho (home office). Inclusive o governo federal editou Medida Provisória (MP) alterando a regulamentação dos bancos para permitir a oferta de crédito às micros, pequenas e médias empresas; e o Banco Central (BC) liberou as chamadas PDDs (Provisão para Devedores Duvidosos).
Resultado: lucratividade mantida no primeiro semestre deste ano. O Itaú lucrou R$ 8,117 bilhões; o Bradesco, R$ 7,626 bilhões; e o Santander, R$ 5,989 bilhões. Aliás, a meta do banco espanhol é reduzir 20% do quadro de pessoal no Brasil, país responsável por 29% do total de seu lucro mundial.
Bancos: desrespeito
Em carta aberta aos clientes e usuários, o Sindicato pergunta: “Cadê o papel social dos bancos? É louvável a decisão de algumas instituições financeiras em contribuir com ações que visam impedir a disseminação da Covid-19. O Itaú, por exemplo, doou R$ 1 bilhão. E os três citados bancos anunciaram, em março deste ano, a doação de 5 milhões de testes rápidos para detecção do coronavírus. Na outra ponta, no entanto, os mesmos bancos (Itaú, Bradesco e Santander) destroem famílias ao promover demissões, fechamentos de postos de trabalho. A solidariedade não passou de marketing? Propaganda? Desrespeito”.
Os sindicatos bancários exigem que as demissões sejam suspensas e que o compromisso em não demitir durante a pandemia seja reativado. As instituições financeiras reúnem todas as condições para manter os bancários em seus postos de trabalho.
Locais de reuniões
Campinas: Itaú Glicério e Costa Aguiar; Bradesco Amoreiras e Centro; Santander Centro.
Americana: Bradesco Centro.
S. J. da Boa Vista: Bradesco Centro.