Mas ainda é pouco. É preciso ampliar a participação nos espaços de poder e decisão, visando reduzir todas as formas de desigualdades sociais, econômicas, ambientais e políticas. Sem esquecer o combate a todo tipo de violência. É preciso romper barreiras.
No mundo do trabalho bancário, as mulheres representam 49% da categoria, formada por 513.423 trabalhadores; homens representam 51%, segundo estudo do Dieese com base na RAIS e SEPTR-ME, em 2019. Porém, são discriminadas; entre as diferenças, vale destacar, salários menores e ínfima participação em cargos de direção.
No mundo da política, a participação das mulheres também é reduzida. Por exemplo: representam mais de 52,5% do eleitorado brasileiro, porém, ocupam apenas 77 cadeiras das 513 na Câmara dos Deputados; no Senado, das 81 cadeiras, as mulheres ocupam hoje apenas 12.
A luta para ampliar a participação das mulheres na sociedade é tarefa de todos nós, bancários e bancárias.
Participe.
Origem do Dia Internacional da Mulher
O Dia Internacional da Mulher foi proposto pela alemã Clara Zetkin, em 1910, no 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, realizado em Copenhague, Dinamarca, sem definir uma data precisa. Clara Zetkin (1857-1933) era filiada ao Partido Comunista Alemão. Segundo a socióloga Eva Alterman Blay, em ensaio intitulado
“8 de Março: Conquistas e Controvérsias”, é errôneo afirmar que Clara Zetkin propôs o 8 de Março para lembrar operárias mortas num incêndio em Nova Iorque em 1857. Eva Blay destaca que, no século 20, “as mulheres trabalhadoras continuaram a se manifestar em várias partes do mundo…Causas e datas variavam”.
Nos anos posteriores a 1970, observa a socióloga, o “Dia passou a ser associado a um incêndio que ocorreu em Nova Iorque em 1911”. E resgata a história: no dia 25 de março de 1911 irrompeu um grande incêndio na Companhia de Blusas Triangle, matando 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens. Eva Blay cita ainda que no dia 8 de março de 1917 “trabalhadoras russas do setor de tecelagem entraram em greve e pediram apoio aos metalúrgicos. Para (Leon) Trotski esta teria sido uma greve espontânea, não organizada, e teria sido o primeiro momento da Revolução de Outubro”.
No Brasil, segundo a socióloga, “o feminismo dos anos 60 e 70 veio abalar a hierarquia de gênero dentro da esquerda. A luta das mulheres contra a ditadura de 1964 uniu, provisoriamente, as feministas e as que se autodenominavam membros do ‘movimento de mulheres’. A uni-las, contra os militares, havia uma data: o 8 de Março. A comemoração ocorria através da luta pelo retorno da democracia, de denúncias sobre prisões arbitrárias, desaparecimentos políticos”. Em 1975, ainda segundo Eva Blay, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher. Na opinião da socióloga, “é uma data que simboliza a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas, mas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher”.