Criado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2003, o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28 de abril) homenageia os trabalhadores mortos, acidentados ou adoecidos em virtude do trabalho e visa conscientizar a sociedade da importância da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A data lembra os 78 trabalhadores mortos durante explosão de uma mina, no estado da Virgínia (Estados Unidos), no dia 28 de abril de 1969.
Para o diretor de Saúde do Sindicato, Gustavo Frias, “não é uma data comemorativa, mas um momento de reflexão sobre as condições de trabalho. Segundo dados da OIT, o Brasil ocupa o quarto lugar em mortes relacionadas com o trabalho no mundo”.
Para marcar a data, a Contraf-CUT realizou nesta quinta-feira (28) o seminário intitulado “Adoecimento Psíquico no Trabalho Bancário”, com a participação de mais de 100 dirigentes sindicais; entre eles, o vice-presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues, e o diretor de Saúde. Profissionais da área de psicologia abordaram temas como suicídio e Síndrome de Burnout.
Gustavo Frias destaca que “a partir dos anos 90 aumentou os casos de adoecimento mental na categoria bancária. A reestruturação produtiva, realizada por meio da cobrança de metas na venda de produtos, potencializou os adoecimentos por depressão e Síndrome de Burnout, resultando inclusive em suicídio. Ao contrário da causalidade individual e patológica, os pesquisadores consideram esse assunto uma questão de saúde pública, pois ao olharmos os números globais de suicídio, o modelo individual e patológico não é suficiente para aceitarmos e entendermos a natureza do problema que estamos enfrentando e a partir daí desenvolver iniciativas concretas de prevenção”.
Quanto à Síndrome de Burnout, observa o diretor de Saúde do Sindicato, “é urgente conscientizar e combater a desumanização do trabalho através da naturalização de ações que não são corretas como o assédio moral, praticado com estratégias de isolamento, discriminação e humilhações dos trabalhadores”.
Gustavo Frias conclui: “são questões graves e neste dia 28 de abril é importante que todos olhem com atenção. Afinal, a proteção à vida e a saúde é um direito e também uma luta de todos nós”.