A Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Santander se reuniram nesta quarta-feira, 1º de junho, para debater dois temas; Banco de Horas e terceirização. A diretora do Sindicato, Patrícia Bassanin, representante da Federação dos Bancários de SP e MS na COE, participou da reunião.
Banco de Horas: Discutiu-se a renovação do acordo; o vigente perde validade em agosto. A compensação das horas negativas, em função da pandemia, tem sido discutida desde o início do ano. A COE apresentou uma proposta e o Santander apresentou sua contraproposta, que foi considerada insuficiente. Diante do impasse, o banco espanhol concordou em rediscutir o tema em reunião específica, a ser realizada no dia 7 deste mês de junho. “Temos relatos de funcionários que enfrentam dificuldades para compensar. Cabe destacar que parte significativa dos funcionários compensa diariamente e está longe de zerar o saldo”, observa a diretora Patrícia Bassanin.
Terceirização: Sob a batuta da nefasta reforma trabalhista de 2017, implantada pelo governo Temer, o Santander promove a terceirização, com contratos de trabalho que estabelecem a execução de serviços bancários, mas sem amparo na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Resultado: salários menores e menos direitos.
Para ilustrar que a precarização está institucionalizada, no último dia 31 de maio o Santander surpreendeu os sindicatos e os bancários ao anunciar a transferência dos funcionários da área de investimentos para a corretora Santander, onde serão “convidados” a deixar o banco para se tornarem sócios. Vale lembrar que, mesmo sob o regime celetista (com base da Consolidação das Leis do Trabalho/CLT), ao mudarem da área de investimento para a corretora os funcionários deixam de ser bancários, perdem o respaldo da CCT. A medida envolve 250 funcionários. A nova área deve contar com aproximadamente 1.200 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Avaliação: Para a diretora Patrícia Bassanin, é preciso frear o avanço da precarização do trabalho. “De imediato, os sindicatos querem abrir negociação. Aliás, nunca recusaram o debate sobre novas contratações. Outro caminho a ser trilhado passa pela pressão sobre Congresso Nacional, visando rediscutir a reforma trabalhista de 2017, que não gerou emprego e nem melhores condições de trabalho, como prometeram seus autores. Na verdade, agravou a situação da classe trabalhadora, impôs perdas de direitos”.