A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) alterou sua proposta de reajuste salarial, passando dos 65% para 75,8% da inflação (INPC) registrada entre os meses de setembro de 2021 a agosto deste ano (estimada em 8,88%), durante a décima-sétima rodada de negociação da Campanha Nacional com o Comando dos Bancários, realizada nesta sexta-feira, 26 de agosto. A proposta, que resulta em perda real de 2% nos salários, foi rejeitada pelo Comando.
Recuo dos bancos: Quanto à proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a Fenaban desistiu de compensar os valores pagos pelos programas próprios na parcela adicional. No que se refere ao reajuste da PLR, a Fenaban propôs 100% da inflação, durante a décima-sexta rodada (25).
Assembleia: Na assembleia virtual realizada na noite desta sexta-feira (26), o Comando Nacional dos Bancários orientou a rejeição da proposta dos bancos. E mais: aprovar a transformação da assembleia em permanente.
Avanços
Auxílio doença
Com relação ao auxílio doença previsto na cláusula 29 da CCT, os bancos queriam incluir uma alínea ao parágrafo primeiro da cláusula para estabelecer que somente teria direito ao auxílio o funcionário que tivesse retornado e trabalhado ininterruptamente pelo período mínimo de 6 meses após o recebimento da última complementação. Após reivindicação do Comando, os bancos retiraram a proposta.
Teletrabalho
É um tema novo que vai entrar na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). Os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os bancários; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os funcionários fora do horário de expediente dos mesmos; com a manutenção dos direitos da CCT para quem realiza sua função fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos funcionários; com a criação de canal específico para esclarecimento.
Os bancários (as) com filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.
Os bancos facilitarão as campanhas de sindicalização e o contato com os funcionários em teletrabalho. Será criado um GT bipartite para acompanhar o cumprimento da cláusula. Mas ainda falta avançar na ajuda de custo.
Assédio sexual
A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e funcionários passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre possíveis consequências. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe.
Assédio moral e cobrança de metas
O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa (COEs). Os bancos que não têm COEs deverão realizar reunião específica com a representação dos bancários para tratar do tema, a pedido do sindicato.
Próxima rodada: 29 de agosto, 14h.
Fonte: Contraf-CUT