Os representantes dos bancários estiveram reunidos na última terça-feira (20/02), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, para debater sobre os possíveis impactos da mudança – que o banco justifica ser importante para retomada no crescimento.
“Essa reestrutura promete transformar o banco, mas é importante que ela não afete os bancários. Nossa preocupação é garantir o emprego e para que não haja sobrecarga de trabalho o que, já sabemos, é algo que adoece o bancário”, avalia o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues, que participa da COE representando a Feeb-SP/MS (Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul).
No início do mês, o Bradesco informou lucro líquido recorrente de R$ 16,3 bilhões em 2023, marcando uma queda de 21,2% em relação ao ano anterior. A holding Bradesco encerrou o quarto trimestre com 86.222 funcionários, com fechamento de 2.159 postos de trabalho em 12 meses e abertura de 120 no trimestre.
“É muito importante ficarmos de olho em toda a conjuntura nacional, para acompanharmos os rumos da economia do nosso país. A queda de juros, por exemplo, estimula o investimento produtivo e a geração de emprego e renda”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que iniciou a reunião com uma análise de conjuntura nacional.
“Os juros definidos pelo Banco Central são repassados para os clientes de todo o sistema financeiro. Então, com a Selic alta, aumenta o custo do crédito para as pessoas e para as empresas. Isso significa pagar mais caro pela casa própria e pelo carro. Logo, o inverso também acontece: a Selic mais baixa dinamiza a economia e melhora a vida da população e do setor produtivo, com mais recurso para gastar e investir”, explicou Juvandia.
Principais mudanças já estão em curso
Durante o encontro, o economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT, Gustavo Cavarzan, fez uma análise dos resultados do banco nos últimos cinco anos e das principais mudanças que já estão em curso com a reestruturação.
“Nós já cobramos uma reunião para falar sobre a reestruturação e até agora não obtivemos respostas. Nós precisamos de respostas. Queremos saber como os trabalhadores serão afetados pelas mudanças. É importante também entendermos como ficam os clientes, pois eles são parte essencial da engrenagem que leva até os bons resultados”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco. (Com informações Contraf-CUT).