Os 212 delegados da Conferência Interestadual, encerrada hoje (21/06) na colônia da Usceesp em Suarão/Itanhaém, aprovaram, em plenária final, o protocolo de combate às metas abusivas, proposto pelo Sindicato. Promovida pela Federação dos Bancários de SP e MS, depois de quatros Erbans (Encontro Regional de Bancários) com a participação de 23 sindicatos filiados, realizados em maio e neste mês de junho nas cidades de Marília, Piracicaba, Naviraí e Guaratinguetá, a Conferência de Itanhaém aprovou também reajuste equivalente a inflação dos últimos 12 meses (setembro de 12 a agosto de 13) mais 5% de aumento real, criação pela Federação dos Bancários de Grupo de Trabalho (GT) sobre o Sistema Financeiro Nacional e propostas sobre os quatro temas prioritários da Campanha Nacional de 2013: Remuneração; Emprego; Saúde, Condições de Trabalho e Segurança; e Sistema Financeiro Nacional. A Conferência aprovou ainda mobilização contra o Projeto de Lei (PL) 4330, que trata da terceirização. (clique aqui).
A próxima etapa agora é a 15ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a ser realizado entre os dias 19 e 21 de julho em São Paulo, fórum onde a categoria define a pauta de reivindicações da Campanha. “As resoluções da Conferência de Itanhaém serão apresentadas e defendidas na Nacional. As propostas, cabe ressaltar, foram construídas com base nas sugestões de 11.024 bancários que responderam à Consulta realizada na base da Federação; incluindo as opiniões de 2.511 bancários da região de Campinas”. Vencida essa etapa de construção da pauta, é negociação concomitante com mobilização”, destaca o presidente do Sindicato e secretário-geral da Federação, Jeferson Boava.
A Conferência de Itanhaém reuniu 212 delegados (169 homens e 43 mulheres); desse total, 30 representaram os bancários de Campinas e Região.
Metas abusivas
Leia a seguir a íntegra do Protocolo de Combate às Metas Abusivas, proposto pelo Sindicato e aprovada pela Conferência Nacional, que estabelece regras para a comercialização de produtos e serviços.
Protocolo de Combate às Metas Abusivas
Para garantir aos seus empregados uma vida laboral ética e saudável é necessário que a política de comercialização de produtos e serviços atenda aos seguintes requisitos:
a) As instituições devem orientar seus empregados a informar os clientes com imparcialidade e rigor sobre os diversos produtos e serviços, explicando os aspectos relevantes e advertindo sobre os riscos, gastos e taxas administrativas aplicadas, desta forma, evitando a contratação com o único fim de cumprir metas, sem o interesse efetivo do cliente. Para tanto, as instituições financeiras se comprometem a realizar ações de formação que facilitem o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e competências de seus empregados, orientados principalmente para a gestão do risco, a qualidade do serviço ao cliente e o conhecimento de seus produtos.
Nesse sentido, as campanhas diárias, focadas em um único produto, não atendem as premissas acima e devem ser extintas como estratégia de comercialização;
b) O estabelecimento de volumes e portfólios de produtos e serviços a serem comercializados deve respeitar as especificidades do mercado local e da infraestrutura da unidade (porte, número de funcionários, etc.). Deve contar com a participação dos trabalhadores em cada unidade de trabalho na sua construção, uma vez que são estes os que melhor conhecem tais especificidades. As metas deverão ser adequadas nas hipóteses de afastamentos, licenças, férias, ausências, etc. A revisão só poderá ser feita após o término do período acordado.
c) Entendendo que a integridade física e psicológica do trabalhador é peça chave para a realização dos objetivos da empresa, o acompanhamento dos resultados deve:
i. Ser auferido coletivamente;
ii. Ser realizado exclusivamente no horário de trabalho;
iii. Acontecer apenas através de canais corporativos, nunca pelos endereços eletrônicos particulares; e
iv. Obedecer a princípios éticos e legais, promovendo o respeito à diversidade, à cooperação e ao trabalho em equipe. A cordialidade e a civilidade devem ser regra.
Fotos: Júlio César Costa