A greve falou mais alto, acordou os banqueiros e garantiu aumento real maior. Antes da paralisação e depois de oito rodadas, os banqueiros se limitaram a propor reajuste de 6% – apenas 0,58% de aumento real. Mas, diante da forte greve nacional, a Fenaban foi obrigada a rediscutir com seus representados que a reabertura das agências e departamentos implicava em reabrir os cofres, em mudar os números, em ceder aos bancários. No oitavo dia de greve, caiu a máscara dos banqueiros, que marcaram nova rodada no último dia 25. O que era limite (reajuste de 6%) se dissipou no ar, não passou de ilusão.
O aumento real dos salários saltou dos 0,58% para 2%. “Novamente os bancários demonstraram disposição de luta. Os banqueiros pagaram para ver e viram durante nove dias (de 18 a 26) que a categoria não tem truque, não blefa, não joga; luta. As estratégias traçadas pelo Comando Nacional dos Bancários atingiram os objetivos. A categoria soube começar e terminar o movimento sem perdas; na verdade, com avanços em suas posições. Inclusive em relação à greve de 2011, quando foi assegurado aumento real de 1,5%. A unidade da categoria, é preciso sempre lembrar, mostrou-se acertada mais uma vez, rompeu o silêncio dos banqueiros”, avalia o presidente do Sindicato e integrante do Comando, Jeferson Boava.
Item | 2011 | 2012 |
Inflação (set/ago) | 7,39% | 5,39% |
Reajuste | 9% | 7,5% |
Aumento real | 1,5% | 2% |
O novo acordo com a Fenaban, aprovado em assembleia realizada no último dia 26, prevê reajuste de 7,5% para os salários (que inclui aumento real de 2%) e de 8,5% para os pisos, vales alimentação e refeição (2,95% de aumento real). Quanto a PLR, a parte fixa e o teto da PLR adicional subiriam 10% (aumento real de 4,37%); o que equivale a um valor fixo de R$ 1.540,00. Já o teto da PLR adicional passa para R$ 3.080,00. Sem falar que o reajuste do 1º comissionado chegou a 8,5% e o do caixa a 8,2%.
Saúde, segurança e assédio moral
Além da valorização dos salários, pisos, tíquetes e PLR, o novo acordo tem avanços no que se refere à saúde e a segurança. Será criado um projeto-piloto, em Pernambuco, para prevenir assaltos e sequestros. Após o período de experiência, o novo modelo de segurança será aplicado em todas as agências. No que se refere à saúde, será mantido os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica, até à regularização junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Quanto ao assédio moral, será rediscutido o Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, conquistado na Campanha de 2010.
Dias parados
Serão compensados após a assinatura do acordo (Convenção Coletiva de Trabalho), que ainda não tem data marcada. Ou seja, não existe o calendário de compensação. As horas extras, em função do volume de serviços, devem ser pagas.
PLR – A primeira parcela será paga até 10 dias após a assinatura do acordo.