Na primeira rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada hoje (30) em São Paulo, Fenaban negou atender as reivindicações da categoria: garantia de emprego e ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), fim das terceirizações, extensão do abono-assiduidade a todos os bancários e inclusão bancária sem precarização. A rodada sobre emprego e reivindicações sociais continua nesta quarta-feira 31.
O Comando Nacional, do qual o Sindicato faz parte, apresentou à Fenaban o resultado da Pesquisa de Emprego Bancário relativo ao primeiro semestre de 2011 divulgado nesta terça-feira. O levantamento, realizado desde 2009 pela Contraf-CUT e pelo Dieese, mostra que, embora os bancos tenham criado 11.958 postos de trabalho nos primeiros seis meses do ano, aumentou o número de desligamentos (18.559), confirmando a estratégia das empresas de promover a rotatividade para reduzir custos. O Comando Nacional defendeu a necessidade de os bancos aceitarem a Convenção 158 da OIT, que dificulta demissões imotivadas, para acabar com a alta rotatividade, inadmissível no setor mais rentável da economia. No primeiro semestre deste ano, 24 instituições financeiras lucraram R$ 24,9 bilhões. Em comparação com os demais setores da economia nacional, os bancos concentraram o maior volume de lucro.
Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, a postura da Fenaban em não aceitar a garantia de emprego “deixa claro que a alta rotatividade, visando reduzir os salários, será mantida. O que é inaceitável”.
Jeferson destaca ainda que os bancos não aceitam assinar a Declaração sobre a Venda Responsável de Produtos Financeiros, aprovada pelo Comitê Diretivo da UNI Finanças, em junho de 2010, durante reunião realizada em Copenhague, na Dinamarca. A carta prevê, entre outras coisas, o fim das metas abusivas e a garantia de uma “cultura interna de negócios e procedimentos operacionais que conduzam à venda responsável de produtos” – o que significa, por exemplo, evitar vender serviços e produtos que os clientes não necessitam.
Calendário – Negociações com Fenaban
1ª rodada: 30 e 31 de agosto – emprego e reivindicações sociais
2ª rodada: 5 e 6 de setembro – saúde e condições de trabalho
3ª rodada: 13 de setembro – remuneração
Calendário – Negociações específicas com os bancos públicos
2 de setembro: Caixa e Banco do Nordeste
8 de setembro: Caixa
9 de setembro: Banco do Brasil e Banco da Amazônia
14 de setembro: Caixa