Presidente do sindicato, Jeferson Boava, assina acordo com Fenaban, ao lado presidente da Federação dos Bancários de SP e MS, David Zaia
Com o acordo coletivo 2010/11 assinado no último dia 20 com a Fenaban, os bancos têm prazo de 10 dias corridos para creditar a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR regra básica e adicional). Em alguns bancos, o pagamento será efetuado nesta sexta-feira, dia 29, como já anunciou o Itaú Unibanco, Santander e Caixa Federal; o HSBC paga no dia 27. O BB, conforme estabelece o acordo específico sobre a PLR, pagou no último dia 21 (veja página 3).
O novo acordo, conquistado durante a greve de 15 dias (29/9 a 13/10), contempla, entre outros pontos, reajuste salarial de 7,5%, aumento real, reajuste de 16,33% nos pisos, e 14,28% no teto na parcela adicional da PLR. E, pela primeira vez, mecanismos de combate ao assédio moral e a falta de segurança nas agências. Os dias parados, é bom destacar, não serão descontados, mas compensados até o dia 15 de dezembro deste ano. Para o presidente do sindicato, Jeferson Boava, o acordo reflete o poder de pressão da categoria, demonstrado depois que a Fenaban propôs na última rodada de negociação, no dia 22 de setembro, apenas a reposição da inflação (4,29%). “Diante de total desrespeito, os bancários assumiram a orientação do Comando Nacional, da qual nosso sindicato faz parte, e deflagraram a histórica greve no dia 28 de setembro, em assembleia no sindicato. A cada dia que passava a mobilização crescia ainda mais. O que, com certeza, forçou a Fenaban a retomar o processo de negociação interrompido. Mesmo assim, os bancos ousaram no dia 9 de outubro ao propor reajuste de 6,5%, considerado insuficiente pelo Comando. Como a greve estava forte, no dia 11, véspera do feriado, os bancos recuaram; depois de 12h propuseram o acordo agora assinado, em vigor até agosto de 2011”.
Entre as conquistas, Jeferson destaca o reajuste de 16,33% nos pisos e o avanço nas chamadas cláusulas sociais. “Os novos valores dos pisos, sem dúvida alguma, irão provocar um realinhamento, uma mudança na estrutura salarial de cada banco. Já as medidas de prevenção do assédio moral representam importante passo no combate dessa prática nociva, que adoece os bancários. No que se refere à segurança, além da abertura de Boletim de Ocorrência Policial (BO) após assaltos e/ou sequestros, os sindicatos terão acesso aos dados estatísticos e o bancário vítima de assalto/sequestro terá assistência médica ou psicológica e poderá solicitar mudança de local de trabalho. Nada do que está contemplado hoje no acordo, estava garantido antes da greve. Por isso, todos os bancários estão de parabéns pelo exemplo de luta”.
Principais conquistas da greve |
Econômicas
Aumento real
•O reajuste salarial de 7,5% contempla o maior aumento real dos últimos anos; ou seja, 3,21% (a inflação do período foi 4,29%). Em 2009, o aumento real foi de 1,5%.
•O piso de escriturário (pós 90 dias) passou para R$ 1.250,00; reajuste de 16,33%, com aumento real de 11,54%.
•O piso de caixa (pós 90 dias) passou para R$ 1.709,05; reajuste de 13,82%, aumento real 9,15%.
•O teto da parcela adicional da PLR foi reajustado em 14,28%, passando de R$ 2.100,00 para R$ 2.400,00.
Sociais
Segurança •Novos procedimentos de segurança bancária – atendimento médico ou psicológico para vítimas de assaltos e sequestros, possibilidade de realocação para quem for seqüestrado, registro das ocorrências na polícia e acesso às estatísticas semestrais da Fenaban sobre ataques a bancos.
Assédio moral •Protocolo para Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho – instrumento de combate ao assédio moral (adesão voluntária entre bancos e sindicatos).
•Canal de denúncia: o bancário poderá apresentar a denúncia de assédio moral em canal específico a ser criado pelo banco. Ou apresentar sua denúncia ao sindicato, que encaminhará ao banco no prazo de 10 dias úteis. A apuração dos fatos deve ser concluída em 60 dias.
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CCT FENABAN – 2010/2011
CCT PLR – 2010/2011
Foto: Júlio César Costa