A greve de nove dias abalou os banqueiros. Em comparação ao ano passado, 21 dias de paralisação, foi uma greve em menor espaço de tempo, concentrada; mas, o resultado foi melhor, garantiu aumento real maior e avanços em cláusulas sociais. O início forte do movimento em todo o país e em todos os bancos (privados e públicos), evidenciando a unidade real da categoria, foi decisivo para romper o silêncio da Fenaban. Se após oito rodadas de negociação, o reajuste de 6% era o limite; com a greve forte, a contraproposta mudou. Afinal, na relação capital e trabalho fala mais alto quem tem efetivo poder de pressão e, neste ano, os bancários avançaram posições de imediato. A estratégia definida pelo Comando Nacional dos Bancários acertou em cheio o alvo; os banqueiros tremeram e temeram os impactos de uma greve que contou com ampla adesão no primeiro dia, 18 de setembro e não parou de crescer. O resultado – ou seja, o acordo, assinado no último dia 2 – reflete a máxima ‘quem luta, conquista’. O aumento real dos salários saltou de 0,58% para 2% (reajuste de 7,5%); nos pisos e tíquetes, 2,95% (reajuste de 8,5%); na parte fixa da PLR e teto da PLR adicional, 4,37% (reajuste de 10%). Sem falar que o reajuste do 1º comissionado chegou a 8,5% e o do Caixa atingiu 8,2%. “Novamente, a unidade, a disposição de luta da categoria, prevaleceu. E mais: a força da mobilização espantou os banqueiros. Aliás, no ano que se completa duas décadas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o movimento bancário garantiu avanços econômicos e sociais sem interferência da Justiça do Trabalho, como ocorreu com outras categorias. O diálogo, interrompido pela intransigência dos banqueiros, foi retomado. E não apenas isso; os banqueiros cederam diante da greve”, destaca o presidente do Sindicato, Jeferson Boava
Cláusulas sociais: avanços
A Campanha, inclusive, não se limitou as chamadas cláusulas econômicas. Depois de negarem várias reivindicações de cunho social, os banqueiros aceitaram propostas sobre temas como saúde, segurança e condições de trabalho. Por exemplo, será criado um projeto-piloto para prevenir assaltos e sequestros. Após o período de experiência, o novo modelo de segurança será aplicado em todas as agências. No que se refere à saúde, será mantido os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica, até à regularização junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No tocante ao assédio moral, será rediscutido o Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, conquistado na Campanha de 2010.
Dias parados – Serão compensados até o dia 15 de dezembro, em conformidade à legislação trabalhista.
08/10/2012
Força da greve quebra silêncio dos banqueiros e garante avanços
A greve de nove dias abalou os banqueiros. Em comparação ao ano passado, 21 dias de paralisação, foi uma greve em menor espaço de tempo, concentrada; mas, o resultado foi melhor, garantiu aumento real maior e avanços em cláusulas sociais. O início forte do movimento em todo o país e em todos os bancos (privados... Veja mais