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Assédio Moral

Um dos motivos que levou bancários dos setores públicos e privados a aderirem à greve deste ano foi, sem dúvida alguma, o assédio moral. Ao cruzar os braços a categoria exigiu, ao mesmo tempo, melhores salários e condições de trabalho. Demonstrou toda sua insatisfação com o ambiente de trabalho onde, sob a ditadura das metas, chefias usam e abusam do poder de mando. Em outras palavras, em busca de atingir o inatingível exigido pelos bancos, os ‘comandantes’ de plantão humilham diariamente aqueles que deveriam ser colegas de trabalho e não escravos. Não bastassem as situações constrangedoras, os ditos ‘comandantes’ volta e meia fazem todo tipo de ameaças, não descartando as demissões; inclusive quando a categoria decide fazer greve. Neste ponto, um equívoco. Como demitir mais de 100 mil trabalhadores em luta? Pura sandice. A demissão pode acontecer por vários motivos; menos em decorrência da greve.
A violência moral no mundo do trabalho não é um fenômeno novo. Porém, hoje a abordagem do problema tenta estabelecer o assédio moral como conseqüência direta da organização do trabalho. Dentro dessa ótica, o ‘mandante’ do crime é o patrão; no nosso caso, os banqueiros. Só que o executor da tarefa é um colega bancário graduado. Qual deveria ser o seu papel? Respeitar a regra do jogo, conduzir o trabalho com bom-senso. Só que alguns deles posam de iluminados, optam pela força, impõe a sua lei máxima: “aqui mando eu”. Se ninguém denunciar, o império do desavisado iluminado pode atravessar décadas incólume. Se o contrário ocorrer, aí a situação se complica. Banqueiro algum dá respaldo para o agressor quando o sindicato prova o ‘crime’.
Na agência do Bradesco em Sumaré isso ficou evidente. O assédio moral praticado pelo gerente resultou na sua demissão. O banco em nenhum momento reconheceu que o excesso de cobrança, a pressão por metas, a perseguição de funcionários faz parte de sua política; negou sempre. Nessa hora todos os patrões viram santinhos, do pau oco, mas santinhos. Portanto, quem hoje comanda o trabalho nas agências, o chamado gestor, e gosta de exigir o ‘máximo’ de seus colegas, deve fazer imediatamente uma reflexão. A relação capital/trabalho não mudou – poucos mandam, muitos executam -, porém regular a organização do trabalho, impedir abusos, combater o assédio moral, continua uma prioridade do sindicato.
Assédio moral: conceito – Assédio moral no trabalho é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes, constrangedoras e vexatórias, repetitivas ou não, seja de longa ou pequena duração, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. É mais comum em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa ou curta duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados; desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização. Assédio moral no trabalho é toda e qualquer atitude abusiva manifestada por atos, palavras, gestos, que venham a atentar contra a dignidade física e psíquica das pessoas.

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