Depois de São Paulo e Rio de Janeiro, o Itaú iniciou a implantação do chamado projeto Saída Segura em suas unidades instaladas em Campinas e Região, no último dia 15. Em nome da segurança, o projeto consiste tão somente em revistar os funcionários e seus pertences na entrada e saída do local de trabalho.
O Banco das famílias Setubal, Villela e Salles, que tanto prega a inovação, a transformação em suas campanhas publicitárias, quando o assunto se refere ao seu patrimônio, suas ‘fábricas’ de serviços, acontece um processo de regressão, involução. Sob o ‘manto da revista’, funcionários são diariamente humilhados, desrespeitados, constrangidos. O vexame é geral, virou regra. É a prática de assédio moral em sua forma virulenta, sem trégua, rancorosa, odiosa. Afinal, os funcionários são suspeitos todos os dias; zero de confiança por parte da maior instituição financeira privada do país, que lucrou no primeiro trimestre deste ano a expressiva soma de R$ 5,733 bilhões; diga-se, de passagem, com suor de seus denominados ‘colaboradores’.
Em termos de segurança, que o Itaú alega ser o motivo da revista diária, nenhuma contribuição benéfica do projeto. Segurança, cabe destacar, implica em investimentos. Mas isso o Itaú não quer fazer. E a prova cabal desse descuido proposital são as multas por falhas de segurança nas agências e postos de atendimento, aplicadas pela Polícia Federal. Na 104ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp), realizada no último dia 4 de março na PF em Brasília, o Banco das famílias Setubal, Villela e Salles foi o campeão, o mais punido com multas que totalizaram R$ 2,474 milhões.
Aliado à falta de segurança, o Itaú fecha agências, incluindo as do ex-Unibanco, transforma Gerentes Operacionais (GO) em tesoureiros, caixas e atendentes de clientes, fecha área operacional do segmento Empresarial e demite no mesmo ritmo em que contabiliza lucros. Em 2014, fechou 2.521 postos de trabalho.
Para o vice-presidente do Sindicato e funcionário do Itaú, Mauri Sérgio, o projeto Saída Segura é inaceitável, rompe com qualquer laço de confiança, necessário em todas as atividades; em especial, no setor bancário. “O projeto é draconiano, autoritário, despótico, tirânico, Dado a sua inutilidade, deve ser cancelado. Aliás, essa é nossa reivindicação. E vamos lutar para isso. Defendemos um ambiente de trabalho seguro sob o império do respeito, onde prevaleça a confiança no trabalhador contratado para desempenhar uma função decisiva dentro do sistema, onde não se aceita a suposição, a suspeita”.
O vice-presidente do Sindicato orienta os bancários do Itaú a denunciar os locais de trabalho que adotaram o projeto Saída Segura. “O Sindicato não irá ficar parado. Haverá reação”.
25/05/2015
Itaú humilha funcionário ao fazer revista na entrada e saída do trabalho
Saída Segura