Reivindicações: 1) formação permanente do quadro de funcionários sobre o combate ao assédio; 2) acolhimento e proteção das vítimas; 3) criação de uma comissão bipartite, com a participação dos sindicatos locais na apuração dos fatos e troca de ideias sobre a confecção dos materiais; e 4) punição exemplar de quem pratica assédio.
Resposta do BB: Os representantes do BB concordaram em “avaliar e aprimorar” os mecanismos de combate ao assédio.
Dados nacionais
Até junho de 2022, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já havia registrado um número de denúncias de assédio sexual equivalente a 63% do total de ocorrências em todo o ano de 2021. Segundo dados de outra pesquisa, produzida em 2020 pela Think Eva em parceria com o Linkedin, quase metade (47,12%) das mulheres entrevistadas declararam ter sido vítimas de assédio sexual em algum momento da vida. Neste universo, 52% são mulheres negras e que recebem entre dois e seis salários mínimos (49%). E, como se isso não bastasse, uma em cada seis vítimas dessa violência no ambiente de trabalho pede demissão.
Os dados foram apresentados pela advogada Phamela Godoy, assessora técnica da Contraf-CUT. “Para que a mulher denuncie, ela precisa romper uma grande cultura social, na qual foi criada, que a culpabiliza quando sofre, nas ruas, abusos pela forma como se veste ou como se comporta. Então, quando ela sofre abuso ao entrar no banco, também há tendência de se sentir culpada ou com medo que os demais a responsabilize. Por isso o acolhimento é fundamental”, explicou.
Outra pesquisa relevante apresentada pela advogada foi a do Ipespe, encomendada pela Febraban e divulgada em março deste ano: 59% das vítimas que não denunciam o assédio sexual se calam por medo de represália e perseguição; 19% por vergonha; 15% medo de que não acreditem que o fato aconteceu; e 10% por falta de confiança na Justiça.
Combate ao Racismo e respeito à diversidade
Em função dos debates sobre assédio moral e sexual, não houve tempo para debater as reivindicações sobre combate à discriminação, por salários iguais para trabalho de igual função, independente de condição física, raça, cor, gênero, idade e orientação sexual.
O BB se comprometeu a apresentar uma nova data para retomar a mesa de Igualdade de Oportunidades e para contemplar o debate sobre as demais reivindicações.
Fonte: Contraf-CUT