Mesmo com um quarto trimestre mais fraco para os negócios, o Brasil confirmou um novo recorde no volume de fusões e aquisições (F&A) em 2008, somando US$ 95,34 bilhões. O montante representa um crescimento de 62,2% sobre o volume de transações envolvendo empresas brasileiras em 2007, conforme o levantamento da Thomson Reuters. O desempenho no País foi superior à movimentação na América Latina, que registrou incremento de 42,62% sobre 2007. A performance foi oposta aos resultados somados no mundo, que registraram retração de 29,2% no ano, para US$ 2,95 trilhões.
Já que o mundo encolheu e a América Latina avançou, o Brasil conseguiu mais que dobrar sua participação no volume de transações realizadas em todo o globo. A fatia nacional era de apenas 1,4% em 2007 e saltou para 3,2% em 2008. Contribuíram para os resultados a fusão dos bancos Itaú e Unibanco e a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Além disso, conforme relatório da consultoria Merger Market, o maior negócio efetivado em solo americano envolveu uma companhia com capital brasileiro, a Inbev. A indústria de bebidas adquiriu a Anheuser-Busch.
No ranking de assessores
financeiros
, o Santander, que liderou no Brasil em 2007, caiu para a 12ª posição. O líder no ano passado foi o Credit Suisse, com 38 transações, enquanto o Itaú tomou destaque do Bradesco entre os grandes bancos brasileiros em intermediação.
No cenário mundial, a crise financeira criou oportunidades de negócios no setor bancário, como a compra do Merrill Lynch pelo Bank of America e a aquisição do Wachovia pelo Wells Fargo. Mas, segundo a Merger Market, a maior transação no ano foi fechada na Europa: a compra da companhia de tabaco Philips Morris pelo Altria Group, por US$ 106,88 bilhões.
Por outro lado, a movimentação entre ofertas iniciais e subsequentes de
ações
consolidou um ano desanimador. O volume mundial encolheu 41,32% e, no Brasil, 44,18%.
Fonte:(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 1)(Maria Luíza Filgueiras)