egundo o último anuário estatístico do Ministério da Previdência Social, 653.090 trabalhadores sofreram acidentes no trabalho em 2007; em 2006, foram 512.232 registros. Uma triste realidade. Para o Ministério, o aumento de mais de 146 mil acidentes reflete a nova metodologia adotada pelo INSS, em abril de 2007, quando introduziu o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), que revela as doenças mais incidentes em uma determinada categoria profissional. Segundo os dados oficiais, a maioria dos casos de acidentes de trabalho está no grupo das LER. Em 2006, foram 9 mil casos; em 2007, 22 mil. A categoria mais atingida pelas LER, claro, é a bancária, como constatou a pesquisa realizada pelo Departamento de Saúde do nosso sindicato, publicada na edição anterior deste jornal (1186). Um dado alarmante em relação aos bancários, apontado pelo Ministério, é o registro de 3.560 acidentes de trabalho reconhecidos como “episódios depressivos”, em 2007; no ano anterior (2006), nenhum caso foi registrado. “Isso prova a existência da subnotificação (afastamento e concessão de auxílio doença para adoecidos no trabalho, quando o certo seria o pagamento do auxílio acidente de trabalho). Até porque esses bancários não adoeceram no período de um ano”, observa o diretor de Saúde do nosso sindicato, Gustavo Moreno. Segundo ele, mesmo com a introdução do NTEP, alguns bancários ainda encontram dificuldade para obter o benefício auxílio acidente de trabalho. Neste caso, ainda segundo o diretor de Saúde, o bancário é orientado a entrar com recurso junto ao INSS. Caso não consiga trocar de benefício, o sindicato entra com ação na Justiça.
Para Gustavo Moreno, os dados da Previdência Social mostram que os acidentes de trabalho configuram ainda um grave problema social. “Para mudar esse quadro é preciso introduzir políticas públicas que incentivem a prevenção em todos os locais de trabalho. Sem falar que os órgãos públicos devem ampliar a fiscalização e o Fator Acidentário de Prevenção deve ser regulamentado. É necessário taxar os setores que mais adoecem os trabalhadores”.
16/02/2009
Mais de 600 mil trabalhadores afastados
Acidente de Trabalho
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