HSBC tem ganho recorde no Brasil, mas adverte: o crédito não será mais o mesmo
A carteira de crédito no Brasil não deverá diminuir. Mas o banco terá mais cuidado tanto na concessão de empréstimos como nos gastos e em possíveis novas aquisições. A compra das operações do Citi no Brasil foi negada. No entanto, o banco anunciou uma captação de US$ 17,7 bilhões em novas ações. E tudo indica que o objetivo dessa quantia seja a aquisição de ativos de outros bancos. Stephen Green, CEO do HSBC Holding plc, confirmou. “Estamos captando para comprar, mas não sabemos ainda quando será o bom momento”, disse. Especula-se que o destino da compra seja a Ásia, especificamente as operações do Royal Bank of Scotland naquele continente. Outras áreas na mira do banco no Brasil são a de investment banking e a entrada no mercado de IPOs, quando a crise vislumbrar um fim. Wallis não negou o interesse do banco em preparar novas emissões acionárias de grandes empresas no Brasil. “Fizemos um road show com a Petrobras e conseguimos ótimos resultados “, afirmou.
Conhecido por crescer por meio de novas aquisições, o banco pretende se contentar com o crescimento orgânico no Brasil, pelo menos por enquanto. “Nesse momento, nosso foco é a liquidez. Queremos aumentar os depósitos”, afirmou Wallis. Controle no crédito, acúmulo de caixa e venda de operações não-lucrativas são as diretrizes tomadas pelo HSBC para passar pela crise. O próprio Michael Geoghegan, CEO do grupo, afirmou que a Household acabou porque sua operação era inviável. “Não conseguimos lucro nas operações da Household “, confessou Geoghegan. Enquanto isso, o Brasil, que foi responsável por 9,7% do lucro bruto do banco em 2008 e se tornou o maior peso latino-americano nos resultados, aguarda o próximo passo do HSBC. Resta saber até quando o crescimento orgânico por aqui satisfará as necessidades de lucro do banco inglês.