studo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), divulgado na semana passada (jornal Valor Econômico, dia 08/04), aponta que a redução do número de bancos públicos a partir de 1996 “levou à concentração do sistema financeiro, menor oferta de serviços bancários à população de baixa renda e à manutenção de ambiente favorável à cobrança de altos juros”. Ainda segundo o estudo, o número de bancos no país caiu de 230 para 156 entre 1996 e 2007. A participação das 20 maiores instituições financeiras no total de ativos do sistema subiu de 72% para 86,4% entre 1996 e 2006. Para o Ipea, essa concentração reflete a redução da presença dos bancos públicos, que encolheram de 32 para 13 entre 1196 e 2007. A participação dos bancos públicos no total de ativos do sistema caiu de 50,9% para 29,6% entre 1996 e 2006.
O Instituto diz ainda que a redução da importância dos bancos públicos no Brasil reflete uma tendência mundial, que levou a privatização de 250 instituições financeiras entre 1987 e 2003. Esse movimento expressou a visão predominante da “superioridade das forças de mercado” e da “ineficiência de bancos públicos”. No Brasil, o Tesouro Nacional destinou US$ 50,739 bilhões ao saneamento de bancos estaduais insolventes. Na maior parte dos casos, exigiu dos Estados a extinção ou a privatização das instituições financeiras problemáticas, com o objetivo de evitar o surgimento de novos desequilíbrios e esqueletos.
(Fonte: Valor Econômico)
13/04/2009
Redução dos bancos públicos permitiu aumento dos juros
Sistema Financeiro I
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