A Contraf-CUT, Fenae, Comissão Executiva dos Empregados, representantes dos empregados no Conselho de Administração e os sindicatos dos bancários de São Paulo e Brasília se reúnem com a presidente da Caixa Federal, Miriam Belchior, no dia 6 de maio. Na pauta, os rumos do banco público.
Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, “é uma reunião importante para que Miriam Belchior apresente ao movimento sindical seus projetos à frente de um dos bancos mais importantes do país. É preciso avaliar os canais de comunicação com os trabalhadores, para que rumores, que favorecem apenas o mercado financeiro, como a venda da Caixa Federal, não afetem e preocupem os empregados”.
No início de abril, mais especificamente no dia 8, durante entrevista coletiva em Brasília, Miriam Belchior e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, garantiram que a Caixa Federal vai continuar a ser uma empresa 100% pública e que o governo pretende apenas realizar a oferta pública inicial de ações da Caixa Seguradora, Na ocasião a presidente da Caixa Federal disse: “A Caixa continua 100% pública. Vamos estudar a possibilidade de fazer abertura de capital de todas as participações que a Caixa tem na área de seguros”, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo.
A Caixa Seguradora mantém sociedade com a CNP Assurances, que detém o controle, com 51,75% do capital. Os 48,2% restantes pertencem à Caixa Federal, que poderá ofertar parte desse valor ao mercado.
Governo recua
A decisão em manter a Caixa Federal 100% pública e limitar a abertura de capital à Caixa Seguradora, mostra que o governo federal recuou em relação a proposta anunciada na virada de 2014, que previa abertura total. “Sem dúvida alguma, a ação coordenada pelo movimento sindical bancário, que começou e se mantém forte, levou o governo a retroceder”, avalia o diretor do Sindicato, Gabriel Musso. Segundo ele, o movimento contra a privatização, no entanto, não acabou. “É preciso ficar atento e impedir que o movimento privatista dê as cartas dentro da Caixa Federal. O modelo de gestão que querem implementar, por exemplo, caminha nesse sentido. A Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) visa implantar metas individuais para todos. O que é inaceitável, assim como o processo de contratações, lento e gradual, dentre outras manobras”.
Fonte: Contraf-CUT