Os trabalhadores saíram às ruas na manhã deste 1º de Maio, em Campinas, para condenar o nefasto Projeto Lei 4330, que legaliza a terceirização, precariza o trabalho, e as medidas provisórias 664 e 665, que atacam e reduzem direitos. A manifestação teve início no Largo do Pará, onde os trabalhadores se concentraram e depois saíram em passeta pelo Centro de Campinas em direção ao Largo da Catedral, não faltando até o enterro simbólico do PL 4330. Organizado pela subsede da CUT, o 1º de Maio (clique aqui) contou com a participação de partidos políticos, movimentos sociais, estudantes, Pastoral Operária, das centrais sindicais CSP-Conlutas, Intersindical e CTB, e de sindicatos de trabalhadores; entre eles, os bancários de Campinas e Região, representados por vários diretores, envolvendo cerca de 2 mil pessoas.
Em todas as falas durante a passeata e no palanque montado no Largo da Catedral, o PL 4330, aprovado em abril último pela Câmara dos Deputados, foi duramente repudiado, assim como as MPs 664 e 665 que limitam direitos como seguro-desemprego, abono salarial (PIS-Pasep), seguro-defeso, auxílio-reclusão pensões e auxílio-doença. E mais: a MP 664 estabelece a terceirização da perícia médica para o âmbito das empresas privadas.
Organizar e lutar
Para o presidente do Sindicato, Jeferson Boava, o momento exige organização e luta dos trabalhadores em defesa de seus direitos, hoje atacados pela Câmara dos Deputados e pelo governo federal que, em nome do ajuste fiscal, baixou medidas provisórias nocivas aos trabalhadores. “Nada é de graça; tudo tem que ser conquistado, como mostra a história do movimento sindical brasileiro, seja a recente ou a que nos remete aos anos 20, 30 e 40, final de 70 e 80 do século passado. Hoje, o quadro atual é de violentos ataques aos direitos dos trabalhadores. Porém, é preciso resisitir, atuar em todos os espaços, incluindo às ruas. Aliás, lugar de trabalhador é nas ruas, nas praças. Temos que defender e buscar a ampliação de direitos. O patronato sempre vai querer sugar, ganhar mais com menos. Cabe aos sindicatos, aos trabalhadores, não apenas resistir, mas propor mudanças que permitam melhores condições de trabalho e salário”.
Pressionar o Senado
Jeferson Boava destaca que, neste momento, é necessário somar todas as forças e pressionar o Senado Federal, que já recebeu o PL 4330 aprovado pela Câmara dos Deputados. “Os trabalhadores foram derrotados pelos deputados federais. Porém, a luta não acabou, ainda é possível reverter o quadro no Senado, que deve apreciar e possivelmente votar o PL 4330. Inclusive o Sindicato enviou no dia 16 de abril último carta a todos os senadores pedindo voto contra o PL 4330. (clique aqui) E os bancários podem fazer o mesmo. Basta acessar o site do Sindicato e consultar a relação de senadores. Na mesma página tem até a sugestão de texto a ser postada em mensagem eletrônica aos senadores. (clique aqui) Os trabalhadores, é preciso ressaltar, tem poder de pressão. E a prova disso foram as manifestações durante a votação do PL 4330 na Câmara dos Deputados”. O presidente do Sindicato se refere ao placar da votação do texto-base do PL 4330, ocorrida no dia 8 de abril último, que foi de 324 a 137. Duas semanas depois e após paralisações e protestos nas ruas, a votação no dia 22 de abril último foi apertada; placar: 230 a favor do nefasto PL 4330 e 203 contra. “Conclamo os bancários, financiários e cooperavitários a se manifestarem contra o PL 4330, que é a chave da precarização do trabalho em todos os setores, segmentos; que representa o desmonte da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). (clique aqui) Conclamo ainda a categoria a se juntar ao Sindicato e lutar também contra as MPs 664 e 665”.
Fotos: Júlio César Costa