Os bancos mantiveram a contraproposta de zero de reajuste salarial durante a décima rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada nesta terça-feira (25 de agosto) por videoconferência. E mais: nenhum reajuste pelo período de dois anos. Para “compensar” a ausência de reposição da inflação dos últimos 12 meses e aumento real, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs abono de R$ 1.656,22 neste ano e R$ 2.232,75 em 2021.
O Comando, que representa os sindicatos de trabalhadores, rejeitou a contraproposta. Nesta quarta-feira (26), às 14h, nova rodada de negociação, com o objetivo de renovar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que perde validade no dia 31 deste mês de agosto; a data-base da categoria é 1º de setembro.
PLR: redução
Os bancos apresentaram nova contraproposta para a PLR, na rodada desta terça-feira. Apesar de terem retornado alguns valores fixos aos patamares atuais, mantiveram a redução do percentual da parcela adicional e a redução do acelerador da regra básica. Além disso, trouxeram uma questão nova que não havia surgido nas outras propostas: uma limitação do valor que poderão gastar com PLR ao mesmo percentual distribuído em 2019. Como no ano passado os lucros dos bancos bateram recordes, os percentuais distribuídos foram pequenos.
Agora, os bancos querem replicar esses percentuais pequenos, mas em cima de um lucro inferior, o que irá piorar ainda mais o valor que os bancários receberiam neste ano. Na primeira proposta da Fenaban, no dia 14, os três maiores bancos privados distribuiriam em média 6,8% de seus lucros líquidos. Na segunda proposta, no sábado (22), esse percentual aumentaria para 6,9%. Já na proposta desta terça-feira (25), em função da inclusão do limitador o percentual distribuído seria de 6,2%, que foi o patamar de 2019.
Os bancos também mantiveram a proposta de reduzir os limites de distribuição do lucro líquido. Na atual CCT, esse limite mínimo é de 7% (5% de regra básica mais 2,2% de parcela adicional) e o limite máximo de 15% (12,8% de regra básica mais 2,2% de parcela adicional). Os bancos propõem uma redução de 0,2% nas parcelas adicionais, seja no limite mínimo ou no máximo.
Opinião
Para o presidente do Sindicato, Lourival Rodrigues, “chegou a hora de intensificar a mobilização, pressionar os bancos. Exigir respeito e valorização. Os bancários querem reajuste e aumento real de salários e não abono”.
Plenária e assembleia
No final da tarde desta terça-feira (25) o Sindicato realizou plenária virtual para discutir com a categoria as contrapropostas dos bancos. Na quinta-feira (27), às 19h, assembleia virtual com os bancários para decidir os rumos da Campanha Nacional.
Tuitaço: Nesta quarta-feira (26), às 13h, novo tuitaço. Proteste. Use a hashtag #BancosExploram.
Fonte: Contraf-CUT