Na Campanha do ano passado o Banco do Brasil concordou em contratar três mil novos funcionários até o próximo dia 31 de agosto (cláusula quinquagésima). A conquista, no entanto, não está equacionando os problemas resultantes da falta de pessoal. Isso porque a rigidez dos critérios adotados acaba não contemplando as unidades que mais carecem de funcionários. “O que é totalmente injusto”, avalia o presidente do Sindicato, Jeferson Boava. E explica: “nas unidades e setores, dado o quadro reduzido, o trabalho é intenso todo dia. Não bastasse esse ritmo frenético e desgastante, questões negociadas entre os sindicatos e o Banco do Brasil ficam comprometidas. É o caso da remoção via Sacr. A cada período de um ano e meio, o funcionário pode solicitar a remoção. Porém, a falta de pessoal, trava o sistema em determinadas dependências, impossibilita a transferência. O que requer uma reavaliação dos critérios de remoção”.
Faltas abonadas
O presidente do Sindicato aponta outro problema decorrente do quadro reduzido de pessoal: o gozo das cinco faltas abonadas. Diante da situação atual, torna-se impraticável exercer o direito, obrigando assim o funcionário até a optar pela venda das faltas. Sem falar que compromete também o gozo de férias. E mais: a intensificação do trabalho gera o adoecimento/afastamento, agravando ainda mais a falta de funcionários. Para Jeferson Boava, a contratação deve ser definida regionalmente e não no âmbito das diretorias. “A dotação por diretoria não detecta o real problema, que está nas unidades. O que não atende os funcionários que, além de trabalhar de forma acelerada, são cobrados para cumprir as metas. Vale citar como exemplo o que ocorre na PSO, onde a remodelação do sistema de abastecimento dos caixas eletrônicos, sem a contratação de funcionários, aumentou o volume de serviços”.
Estoque negativo
Outra prova da falta de funcionários no BB é o saldo do estoque de emprego, que está negativo. No período de um ano (junho de 2012 e 2013), manteve-se certa estagnação no quadro de funcionários, apresentando um saldo negativo de 276 postos no período.
Ampliar rede de atendimento
Aliada a falta de pessoal, o Banco do Brasil não está inserido efetivamente na periferia, nos bairros mais distantes do centro da cidade.“É preciso ampliar a rede de atendimento, mas com a instalação de novas agências e não Banco Postal ou correspondente bancário. Para ilustrar, em Campinas duas regiões não contam com o Banco do Brasil de forma efetiva: Ouro Verde e Campo Grande. É fundamental ampliar no Ouro Verde e abrir novas unidades no Campo Grande. O que vai proporcionar um atendimento melhor, que é a função de um Banco público”, destaca o presidente do Sindicato.
10/02/2014
Falta de funcionários intensifica trabalho
Banco do Brasil