Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo 04/03/2009
A crise internacional agora atingiu em cheio até mesmo o mercado de fusões e aquisições no Brasil. No acumulado de janeiro e fevereiro de 2009, o total de transações realizadas chegou a US$ 10,597 bilhões, uma queda de 12,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Thomson Reuters Markets. Até janeiro, o volume de negócios vinha crescendo em relação ao ano anterior, apesar do aperto no crédito.
O responsável pelo banco de investimento do Citigroup na América Latina, Ricardo Lacerda, um dos maiores especialistas no assunto, prevê uma retração de 20% a 30% no mercado neste ano, com relação ao valor recorde de US$ 95,34 bilhões atingido no ano passado. O Citi, apesar da crise, assumiu o primeiro lugar no ranking mundial de fusões e aquisições da Thomson Reuters.
O espanhol Santander e a butique brasileira Estáter Gestão e Finanças, que saíram na frente do ranking de 2009 já em janeiro, mantiveram a liderança também em fevereiro. Os dois estão com participação de 51,8% no mercado, pois participaram da transação de compra pelo Grupo Votorantim dos 28% que as famílias Lorentzen, Almeida Braga e Moreira Salles possuem na Aracruz, por cerca de R$ 2,7 bilhões. Além disso, o Grupo Votorantim deve comprar também a participação da família Safra.
Na América Latina, o JPMorgan conseguiu destaque e está liderando o ranking, ao assessorar US$ 5,73 bilhões em transações anunciadas neste ano.