economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, defende a “temporária estatização da concessão do crédito” no país, segundo matéria publicada no jornal o Estado de São Paulo, edição do último dia 23. Para Belluzzo a decisão do governo em disponibilizar R$ 100 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), via Tesouro Nacional, para financiar investimentos de longo prazo é correta e precisa ser amplificada. “Os bancos no Brasil não estão realizando empréstimos às empresas e consumidores. Na crise, revela-se o caráter coletivista do sistema de crédito nacional”.
Diante do conservadorismo das instituições financeiras, em período de retração econômica, Belluzzo sugere que o governo adote uma atitude mais positiva em relação ao crédito, como “emprestar diretamente às empresas”. Em sua avaliação, “O Estado não pode deixar a economia parar se os bancos comerciais decidiram não conceder empréstimos”.
O economista observa ainda que o governo está correto em agir vigorosamente com medidas de cunho fiscal e monetário porque o país passa por uma profunda queda do nível de atividade. Belluzzo ressaltou também que tal desaceleração é perigosa e pode deprimir o consumo de forma crônica e ampliar a freada ocorrida nos últimos três meses. E sem o retorno do fluxo pleno do crédito, destacou, a economia tende a declinar de forma ainda mais acentuada no curto prazo.
Nessa conjuntura, o economista defende ainda que o governo adote uma estratégia mais ampla para sustentar os investimentos de longo prazo, como redução do superávit primário. “Uma diminuição do superávit primário na atual conjuntura é necessária para que tais recursos sejam destinados especialmente à ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo, o que é essencial para proteger a produção e os empregos no país”. (Fonte: OESP)
26/01/2009
Economia
Belluzzo defende estatização do crédito
Belluzzo defende estatização do crédito
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