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Por Juliana Garçon


Revista EXAME – Melhores e Maiores

No ano passado, o setor financeiro foi responsável por um terço do volume das operações de fusões envolvendo empresas brasileiras. A transação de maior destaque foi a união entre o Itaú e o Unibanco, um negócio avaliado em 46 bilhões de dólares. O anúncio da fusão, em novembro, surpreendeu até os mais bem informados analistas de mercado e fez nascer uma instituição gigante, renomeada como Itaú Unibanco. O espanto se deveu ao fato de que o Itaú e o Unibanco, então o terceiro e o quarto maiores bancos do país em patrimônio, respectivamente, não dependiam da união para sobreviver — motivo preponderante das fusões ocorridas na primeira etapa da consolidação do sistema bancário, durante o período de estabilização econômica do Plano Real. A operação resultou na maior instituição financeira do hemisfério sul, com uma participação de 20% nos ativos bancários do Brasil, e na mudança no ranking do setor no país. O Itaú Unibanco assumiu a liderança, seguido por Banco do Brasil e Bradesco.
 

A maior fusão bancária da história do país ajudou a precipitar outras operações envolvendo alguns dos maiores bancos brasileiros. Três semanas após o anúncio da fusão entre o Itaú e o Unibanco, o Banco do Brasil divulgou a compra da Nossa Caixa, por 3,2 bilhões de dólares. Controlada pelo governo paulista, a Nossa Caixa levou consigo uma rede de cerca de 550 agências no estado mais rico do país. (Diferentemente do que ocorreu com o Itaú Unibanco, os números do Banco do Brasil e da Nossa Caixa não aparecem somados nos rankings deste anuário, já que o balanço do Banco do Brasil de 2008 não consolidou a operação.) Em janeiro, o Banco do Brasil deu mais um passo no processo de consolidação ao anunciar a compra de metade do controle acionário do Banco Votorantim, que há anos vinha crescendo vigorosamente — era o oitavo maior banco do país por patrimônio em 2007 e assumiu o sexto lugar em 2008.
A movimentação de fusões e aquisições ocorrida no ano passado provocou mudanças no ranking dos maiores bancos por patrimônio de MELHORES E MAIORES. Nesta edição, o Santander aparece em primeiro lugar, com 20,9 bilhões de dólares, seguido pelo Itaú Unibanco, 18,6 bilhões de dólares. Essa configuração de posições tem uma relação direta com a forma com que essas instituições contabilizaram suas mais recentes associações. Após a compra do Real, no final de 2007, o Santander optou por amortizar o ágio da operação de associação em seus dez balanços subsequentes, o que é permitido por lei. O Itaú Unibanco amortizou todo o ágio da fusão no balanço de 2008, o que subtraiu 6,5 bilhões de dólares de seu patrimônio líquido. Não fosse isso, o Itaú Unibanco teria fechado o ano passado com um patrimônio de 25 bilhões de dólares — assumindo, portanto, a liderança do mercado.
Embora tenha causado certa apreensão no setor empresarial, em razão da possível diminuição da concorrência, a concentração dos bancos não deve alterar o mercado de maneira significativa. “Os dez maiores bancos brasileiros já detinham 85% do mercado”, diz Milena Zaniboni, analista da agência de risco Standard & Poor’s. O ano de 2008 também entra para a história como aquele em que o sistema brasileiro deu demonstrações de força em meio à tormenta que abalou os mercados financeiros do mundo. O Lehman Brothers quebrou, insuflando uma onda de pânico. O Citibank, um dos maiores bancos do mundo, teve de receber aportes do governo americano para sobreviver. O Merrill Lynch foi adquirido por um também frágil Bank of America. Vários países europeus saíram em socorro a algumas de suas principais instituições. É verdade que, no último trimestre, os bancos brasileiros, sobretudo os médios e pequenos, passaram por um sufoco de liquidez. Mas a redução do recolhimento compulsório promovida pelo governo ajudou a injetar mais dinheiro na economia. O saldo final do ano foi sintetizado pelos elogios de especialistas ao elevado nível de regulação do sistema financeiro brasileiro — uma característica antes criticada, mas se que provou segura num ano que marcará para sempre o mercado financeiro mundial.

 

 



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Fonte: Revista: Exame

Melhores e Maiores – Julho 2009 


 

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